Quando começamos nossa viagem, imaginávamos que passaríamos uns 6 meses pela América do Sul. No fim das contas, nosso continente nos surpreendeu tanto que acabamos ficando quase 18! Aqui compartilhamos nossas fotos, gastos, dicas e tudo mais.
1 ano e meio: quanta coisa aconteceu! Protestos, revolta, ataques terroristas, impeachment, Trump… amigos casaram, amigos se separaram, amigos tiveram filhos, amigos morreram. E nós na estrada, acompanhando tudo de longe. Quer dizer, não foi de tão longe assim, já que ainda estávamos vagando pelas terras de nossos vizinhos, conhecendo cada beleza que a América do Sul tem a nos oferecer. Mas, ainda assim, havia uma distância entre nós e o nosso lar.
Não dá pra dizer que foi fácil: enquanto esperávamos uma carona ou caminhávamos por uma cidade qualquer em busca do hotel mais barato, aquela vida que deixamos para trás seguia em frente. Nossos sobrinhos e primos pequenos cresciam sem que pudéssemos acompanhar sua infância, aconteciam vários churrascos de domingo que participamos somente por fotos, amigos avançavam em suas vidas sem que pudéssemos apoia-los nas dificuldades ou parabenizá-los nas vitórias.
Do lado profissional, cada dia que passava pesava mais em nosso currículo: um dia a menos de experiência, um passinho para trás em nossas carreiras. Às vezes achamos que, ao voltar para o Brasil, teremos praticamente que começar tudo de novo lá de baixo, ganhando os mesmos salários que ganhávamos logo que saímos da faculdade.
Mas não importa: apesar das dificuldades e dos contras, não trocamos essa experiência por nada. De fato, já foram mais de 500 dias, e ainda temos pelo menos o dobro disso pela frente. Deixamos nosso continente para trás, e agora seguimos para os próximos. A ideia inicial era viajar o mundo todo em 1000 dias, mas agora já sabemos que precisaremos de bem mais tempo.
Mas chega de enrolar, vamos ao que interessa: um resumo da nossa amada América do Sul!
Recorrido
O nosso recorrido por nosso continente foi o seguinte:
Os países por onde passamos, em ordem, foram estes (se quiser ler os detalhes de algum, basta clicar no nome do país):
Infelizmente, pela falta de fronteiras oficiais com a Venezuela, acabamos não passando nas Guianas e no Suriname. O Paraguai também ficou de lado por estar fora da rota (embora chegamos a mochilar por lá poucos meses antes de sairmos nesta viagem).
E o Brasil? Resolvemos deixar para o final. Queríamos sair logo da zona de conforto e começar a vivenciar as dificuldades do idioma e do câmbio monetário.
Quando estivermos voltando pra casa, prometemos visitar cada canto de nosso país!
Alguns números
Aqui vai um pequeno resumo da nossa viagem:
- 530 dias;
- 117 caronas;
- 40.123,30 reais gastos (média de R$75,70 por dia)*;
- 26500km viajados;
- 8 países.
*gasto para duas pessoas.
Gastos gerais
A divisão dos gastos ficou assim (gastos para duas pessoas):
- Hospedagem: R$ 9.552,32
- Mercado: R$ 10.921,33
- Transporte: R$ 7.955,38
- Passeios: R$ 5.010,49
- Restaurantes: R$ 3.749,25
- Outros: R$ 1.660,41
- Reposição de equipamentos: R$ 1.273,86
Ainda que os gastos pareçam exorbitantes (pouco mais de 20 mil reais por pessoa), se analisar a quantidade de dias que viajamos até que não é tanto assim.
Por mês, gastamos em torno de 1150 reais por pessoa, o que é menos do que gastávamos para viver em São Paulo (só de aluguel já ia praticamente este valor).
Poderíamos até ter gastado menos se trabalhássemos mais pelo caminho (em troca de comida, hospedagem, essas coisas). Mas, como já havíamos juntado dinheiro antes de viajar (foram praticamente 10 anos juntando, e ainda vendemos todos os nossos bens antes de sair), optamos por aproveitar melhor nosso tempo conhecendo lugares novos.
- Quer saber mais sobre trabalhar em troca de hospedagem? Leia nossa experiência em Bariloche aqui.
Onde dormimos
As nossas noites foram assim:
- Hotel/hostel: 277 vezes;
- Casa de amigos: 92 vezes;
- Camping pago: 55 vezes;
- Trabalhando em troca de hospedagem: 41 vezes;
- Couchsurfing: 25 vezes;
- Dormindo em ônibus/barco: 23 vezes;
- Camping selvagem: 15 vezes;
- Dormindo na rodoviária: 1 vez.
Cada país
O tempo (em dias) que ficamos em cada país foi:
O total de dinheiro que gastamos em cada um foi:
(além destes valores, gastamos cerca de 1100 reais no Equador para comprar um tablet novo, pois o nosso estragou. Não colocamos este gasto na média do país por não ser um gasto diretamente relacionado a uma viagem por lá).
A média diária em cada país foi:
(todos os gastos são para duas pessoas)
Estranho?
A Venezuela é, indiscutivelmente, o país com o custo de vida mais baixo da América do Sul (embora, se for fazer Los Roques, Salto Angel ou Monte Roraima, pode se preparar para gastar muito).
Bolívia e Peru tem fama de serem países muito baratos, enquanto todos dizem que Argentina e Chile possuem custo de vida elevado.
De fato, Argentina e Chile são caríssimos (talvez até mais caros que o Brasil), mas são países onde o Couchsurfing funciona bem, e viajar de carona é muito fácil. Os nossos maiores gastos (transporte e hospedagem) foram praticamente nulos nestes dois países. Além disso, apesar da rivalidade no futebol, tanto o argentino quanto o chileno são bastante solidários e gostam muito de brasileiros. Incontáveis vezes nos convidaram para comer e para ficarmos em suas casas.
A segurança destes dois países (principalmente na Patagônia) também ajuda na economia: muitas vezes acampamos à beira da estrada mesmo. Se quiser dicas sobre como viajar de forma bastante econômica pela Patagônia, leia nosso post com várias dicas aqui.
A Argentina ainda leva uma pequena vantagem em relação ao Chile por possuir inúmeros parques nacionais e campings gratuitos.
https://www.youtube.com/watch?v=1O5K__UH7Mc
E Equador nos pareceu um pouco mais caro que o Peru e a Bolívia, mas lá a carona também funciona perfeitamente. Além disso, como já estávamos com o blog com bastante acesso, ainda conseguimos alguns passeios e hotéis grátis em troca de divulgar o lugar.
O Uruguai é um país caro, mas também é possível viajar por lá gastando pouco. O motivo de termos gastado tanto é que ainda estávamos no começo da nossa viagem, e portanto éramos bastante amadores (nem pegávamos caronas ainda). Também ficamos bem pouco tempo no país (apenas 3 dias), o que elevou bastante a nossa média.
- Quer saber mais sobre caronas na América do Sul? Leia nosso resumo aqui.
- Quer baixar nossa planilha de gastos completa? Clique aqui.
Requisitos para viajar: Passaporte? Vacinas?
Uma dúvida muito comum dos viajantes é: preciso de passaporte para viajar pela América do Sul?
Por estes países por onde passamos (e também pelo Paraguai), um brasileiro pode viajar tranquilamente só com a identidade, desde que ela tenha sido emitida há menos de 10 anos e esteja em bom estado. Outros documentos (CNH, carteirinha da OAB, CREA…) não servem.
Nós viajamos todos estes países sem precisar apresentar o passaporte uma vez sequer. Só é importante guardar todos os papéis que te entregam assim que entrar em um país. Se perdê-los, terá que pagar uma multa na saída.
A Guiana e o Suriname precisam de passaporte. A Guiana Francesa, além do passaporte, ainda exige visto, que deve ser tirado com antecedência.
Quanto a vacinas, a única exigida por alguns países é a da Febre Amarela. Com o surto desta doença no Brasil, mais países começaram a exigi-la.
Para não ter problemas (e também por sua própria segurança), você deve tomá-la. Ela pode ser tomada gratuitamente nos postos de saúde e é válida por 10 anos. Importante que ela tenha sido tomada pelo menos 10 dias antes da viagem.
- Quer viajar sem medo? Faça uma consulta gratuita na Medicina do Viajante. Leia os detalhes aqui.
Além de tomar a vacina, é preciso fazer a carteirinha internacional de vacinação. Esta é feita gratuitamente pela Anvisa em alguns hospitais ou no próprio aeroporto. Basta apresentar a carteirinha nacional que a internacional é feita na hora. Com isso em mãos, não terá problemas em nenhum país!
Taxas e permanência
Nunca precisamos pagar nenhuma taxa para entrar ou sair de qualquer um destes países. Dizem que a Bolívia cobra para quem quer deixar o país pela fronteira do Uyuni com o Chile, mas não sabemos se isso é oficial ou não.
Em todos os países nos deram um visto de 90 dias (com exceção da Bolívia, que nos deu apenas 30). Este visto é renovável por mais 90 dias.
Lugares e experiências marcantes
É difícil citar todas ou escolher qual foi a melhor, mas aqui tentamos listar as experiências mais bonitas e mais marcantes que vivemos no nosso continente:
- Aconcágua (Arg): além de ser o pico mais alto da América, ainda foi o lugar onde vimos neve pela primeira vez.
- Fitz Roy (Arg): é difícil descrever a beleza deste lugar e a liberdade que se sente ao percorrer suas trilhas. Possivelmente as paisagens de montanha mais bonitas que já vimos.
- Glacial Perito Moreno (Arg): antes da viagem, nunca havíamos visto neve. Agora, nos deparamos com um enorme monstro de gelo! Sem dúvidas um lugar marcante.
- Ushuaia (Arg): Ainda que a cidade não tenha nos impressionado tanto, chegar ao extremo sul do nosso continente é um marco e tanto.
- Torres del Paine (Chi): este parque é, provavelmente, o mais famoso da América do Sul, e com razão: suas paisagens e suas longas trilhas são de tirar o fôlego de qualquer um.
- Chiloé (Chi): este pequeno arquipélago ao sul do Chile vive alheio às preocupações da vida moderna. Lá, parece que o tempo parou na sua melhor fase. E ainda tivemos a oportunidade de passar a missa de natal em uma igreja de madeira declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO!
- Deserto do Atacama (Chi): Com paisagens que parecem ter sido arrancadas de Marte, o deserto mais árido do mundo deixa qualquer viajante de queixo caído.
- Salar do Uyuni (Bol): Você sai do Atacama achando que não vai mais se impressionar com deserto nenhum. Aí se depara com este monstro de sal. É para começar a Bolívia com o pé direito!
- Potosí (Bol): Talvez a arquitetura colonial e a cultura marcante de Potosí não te impressione tanto, mas sua história com certeza te deixará chocado. Esta humilde cidade já foi a mais rica do mundo, e todo o seu passado glorioso está exposto no atual museu Casa de la Moneda;
- Tinku (Bol): Um festival onde as pessoas lutam com pedras e chicotes é um prato cheio para repórteres sensacionalistas e algo assustador para muitos turistas. Felizmente nós tivemos a oportunidade de ir até lá e conhecer a beleza que há por trás de toda essa violência.
- Lago Titicaca (Bol, Per): o lago navegável mais alto do mundo guarda, além de algumas pequenas ruínas e de uma beleza natural fora de série, uma cultura milenar que vai te deixar encantado. Vale a pena visitar tanto o lado peruano quanto o lado boliviano.
- Machu Picchu (Per): A cidade perdida dos Incas não se tornou uma das 7 Maravilhas do Mundo por acaso. Considerada a meca dos mochileiros, não há como visitar este lugar e não sair encantado.
- Cusco (Per): Ainda que muitos considerem Cusco como uma mera base para ir a Machu Picchu, a antiga capital do Império Inca é, hoje, uma das cidades mais bonitas do continente.
- Parque Nacional Huascarán (Per): A cordilheira dos Andes se estende desde o extremo sul da Argentina até a Venezuela, e muitos consideram que a pequena parte dela compreendida por este parque nacional é a mais bonita. Se é ou não, não sabemos; mas que é bonita, isso é!
- Caral (Per): Quem poderia imaginar que a segunda civilização mais antiga do mundo estava formada em solo peruano? Esta é Caral, e o processo de escavação de suas imensas pirâmides ainda está em andamento. Visite este lugar e se sinta dentro de um filme do Indiana Jones!
- Iquitos (Per): Ainda que a maior parte da floresta amazônica esteja dentro do Brasil, poucos brasileiros tiveram a oportunidade de visitá-la. Nós tivemos o privilégio de conhecer o lado peruano, a partir da belíssima Iquitos. A beleza deste passeio já começou no trajeto até lá: uma viagem de 3 dias em barco pelo rio Amazonas!
- Cotopaxi (Equ): Se o privilégio de ver neve pela primeira vez tivemos na Argentina, foi no Equador que enfrentamos a nossa primeira nevasca! Apesar do frio e da dificuldade de se caminhar em altitudes elevadas, a experiência de subir parte do Cotopaxi foi inesquecível.
- Baños (Equ): Rafting, balanço do fim do mundo, salto de pontes: em Baños finalmente sentimos a adrenalina correndo por nossas veias. Isso, somado com uma beleza natural fora de série, torna este um dos destinos mais marcantes da nossa viagem.
- Deserto de Tatacoa (Col): Quer curtir um deserto, mas não tem dinheiro para gastar os absurdos que se cobra no Atacama? O Deserto da Tatacoa, na Colômbia, pode ser uma ótima alternativa. Além da beleza natural, a cultura que existe nestas terras é única.
- Cali (Col): Ainda que muitos não se impressionem com a beleza colonial de Cali, basta sair uma noite para alguma discoteca de salsa para se apaixonar por esta cidade: com um povo super-simpático e que dança absurdamente bem, Cali pode reservar as melhores festas de sua vida!
- Medellín (Col): Em poucos anos, esta cidade deixou para trás o título de “cidade mais perigosa do mundo” para assumir o de “cidade mais inovadora do mundo”. Oferecendo aos seus habitantes uma ótima qualidade de vida, Medellín tem muito a nos ensinar. E, se você quer conhecer melhor a história de Pablo Escobar, este é o melhor lugar para fazer suas pesquisas!
- Cartagena (Col): Esta vibrante cidade é, por muitos, considerada a cidade colonial mais bonita da América do Sul. Com enormes muralhas e fortificações homéricas, foi o ponto de saída de todo o ouro explorado pela coroa espanhola no nosso continente.
- Capurganá (Col): Quer ver as paisagens que Cristóvão Colombo viu logo que chegou às américas? Talvez esta pequena praia, isolada e sem acesso por estradas, seja o mais próximo que você poderá chegar. Ainda pouco conhecida pelo turismo externo, esta foi uma das praias mais bonitas que já vimos até hoje.
- Parque Nacional Morrocoy (Ven): Quem disse que é preciso ser rico para apreciar as areias brancas e o mar turquesa do Caribe? Com hospedagens por menos de 3 dólares e cerveja absurdamente barata, este pequeno paraíso venezuelano merece a sua visita.
- Caracas (Ven): Considerada a cidade mais perigosa do mundo (veja o estudo aqui), Caracas foi a capital que mais nos surpreendeu. Por medo, quase deixamos de visitá-la. Felizmente fomos cabeças-duras, e assim pudemos nos encantar com as belezas deste lugar!
É isso pessoal! Esperamos que nossas dicas possam ajudar e que nossa viagem possa servir de inspiração para quem sonha em fazer o mesmo!
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Meu Deus, como acham tempo para escrever e descrever tudo com tanta eficiência , parabéns pra vcs e que Deus os acompanhe sempre. Abraços de Gilmar Rodrigues de Sorocaba
Obrigado Gilmar!
É um prazer compartilhar essas informações com vocês!
Abração!!
Parabéns pela viagem 🙂
Valeu rapaz!!
O melhor post =D
Me deixaram com vontade de fazer as malas agora :)))))
Obrigada por compartilhar tudo isso com a gente.
Eterna gratidão
Obrigado Lucia!!! 🙂
Tô babando aqui, meu coração se enche de alegria ao ver essas coisas, fecho os olhos e sonho quando será a minha vez. Tenho 20 anos e uma vontade imensa de conhecer Machu Picchu e outros cantinhos da América do Sul, por qual sou apaixonada, espero que isso aconteça logo rs Que Deus abençoe vocês nessa caminhada. Abraços!
Olá Luana!
Você é bem nova ainda, com certeza a oportunidade vai aparecer assim como apareceu para nós. Começamos a juntar dinheiro com a sua idade. Fizemos algumas viagens de férias pela América do Sul neste meio tempo. Passaram-se pouco mais de 10 anos e finalmente apareceu a nossa chance de cair na estrada sem prazo pra voltar!
Muitas estradas para você!
Abraço!!
Bom dia
Adorei este post de vocês , me incentiva a criar coragem para sair de vez do meu mundinho seguro..
Sou aposentada recente e quero fazer exatamente isso que vcs estão fazendo ,mas até agora não encontrei toda coragem necessária para desbravar este mundo sozinha e TB a preocupação com a grana não ser suficiente ,mas vendo os gastos mostrados por vocês acredito que dará .
Então se Deus quiser me porei a caminho em dezembro e comemorarei 5.0 na estrada..
Tenham boa viagem e continuem publicando tudo para nós..
Se possível gostaria de saber se vocês não encontraram nestes lugares nenhuma forma de trocar trabalho por hospedagem e ou comida?
Grande abraço
Ivone
Olá Ivone! Nos alegra muito saber que nosso post tenha de alguma forma ajudado você a seguir atrás deste seu sonho! Pode ir que vai dar tudo certo! 🙂
Sobre trabalho em troca de hospedagem e comida, isso tem de monte, pode ir tranquila. Nós não estamos fazendo tanto porque juntamos o dinheiro antes de sair, mas conhecemos muita gente que viaja desta forma. Inclusive há lugares que, além da hospedagem e comida, é possível ganhar uma graninha com gorjetas e tudo mais.
O esquema é sempre enviar um e-mail para os hostels dos próximo destinos e ver se aceitam esse tipo de trabalho. Tem algumas plataformas também, como a workaway.info e a worldpackers.com que oferecem esse tipo de serviço, mas por experiência vimos que é mais fácil acertar as coisas por fora do que usando essas plataformas.
Mas é isso, nossos melhores desejos para a sua jornada!
Abraço!!
Boa noite! Fantástica a página de vocês. Nas últimas férias li um livro chamado “How to travel the world with 10 dollars a day” e meu sonho de pegar a estrada ficou ainda mais forte. Vendo as tabelas de vocês vi que é bem possível manter esse gasto na média dos 40 reais por dia. Top demais! Duas dúvidas mais práticas da rotina de vocês e que como bom brasileiro fico preocupado. Acampamento de beira de estrada é tão tenso quanto imagino? E outra, vi que vocês aproveitam altas trilhas e passeios. Mochilas vão junto tempo todo ou deixam mais nos hostel? Super grato pela atenção e pela inspiração. Virei fã e pretendo começar pra valer em Fevereiro rumo ao Ushuaya.
Fala Raphael!
Sucesso na sua jornada!
Quanto a acampar à beira da estrada, depende muito do lugar. Fizemos muito isso principalmente no sul da Argentina, onde havia muito deserto e quase ninguém morando. Aí era bem tranquilo, a probabilidade de aparecer alguém era quase nula. Procurávamos deixar a barraca escondida atrás de algum morro para não chamar a atenção. Já em regiões mais populosas, como no Brasil, a coisa complica um pouco. Nesses casos em geral deixávamos para armar a barraca já de noite e saíamos no dia seguinte bem cedo. Evitávamos chamar a atenção. Ou então procure um posto de gasolina ou uma guarita da polícia e peça para acampar lá. Mas, na dúvida, procure uma hospedagem. Não convém se arriscar.
Nós levamos muito equipamento pesado (além das coisas de camping, levamos eletrônicos, que pesam muito). Só conseguimos fazer trilhas longas deixando a mochila em algum lugar. Os hostels geralmente deixam você deixar o excesso de bagagem de graça se você se hospedar lá pelo menos uma noite antes e uma noite depois de fazer a trilha. Se você conseguir viajar com menos coisas, melhor ainda. Nossos eletrônicos são basicamente para poder escrever o blog e editar os vídeos do YouTube. Se você não for usar nada disso, leve só o celular que já está de bom tamanho.
Boa viagem, e no que precisar tamo ae!