Golpes comuns no Sudeste Asiático (e como evitá-los)

Vai viajar para o sudeste asiático? Conheça os golpes mais comuns aplicados a turistas por lá, evitando assim que sua viagem seja arruinada.

Antes de mais nada, queremos deixar claro que nos sentimos muito seguros viajando pelo sudeste asiático. Não tínhamos medo de sair com a câmera pendurada ao pescoço, mesmo pela noite e em grandes cidades, como Bangkok ou Kuala Lumpur.

Mas, infelizmente, golpes existem. O objetivo deste post não é deixá-lo paranoico, mas sim dar um alerta para que pessoas mal intencionadas não estraguem suas férias.

A maioria destes golpes pode ser aplicado em outros continentes também, mas focamos naqueles que vimos com frequência no Sudeste Asiático. Também colocamos situações que não são realmente golpes, mas podem confundir e estressar um turista desavisado.

  • Tours muito baratos

Este golpe é muito comum em Bangkok e em Hanói. Taxistas e condutores de tuk tuk oferecem tours privados pela cidade extremamente baratos (em Bangkok eles são oferecidos por menos de 3 reais). Dizem que visitam um monte de lugares, mas no fim das contas só te levarão a templos caros e sem interesse, lojas de roupas de conhecidos, agências de turismo que vendem passagens de ônibus pelo triplo do valor correto e restaurantes superfaturados. E, se você se recusar a gastar nestes locais, o condutor se tornará agressivo e possivelmente te largará em qualquer canto.

Em Hanói este golpe tem uma pequena variação: eles oferecem o tour de graça, alegando querer em troca apenas uma recomendação no TripAdvisor (ou dizem que fazem pela amizade mesmo). No fim você acabará jantando com o condutor em um restaurante ou bar onde a conta chegará a 200 dólares. O condutor se oferecerá para rachar a conta: 100 dólares para cada um. Tudo isso por uma comida que não valia nem 2 dólares.

Nós caímos em um golpe similar na Indonésia. Felizmente a conta não saiu 200 dólares, mas 10 reais por cabeça (a comida valia 5).

  • 8, 18, 80

Já tivemos problemas com a similaridade do som destes números em inglês (eight, eighteen e eighty). Poucos asiáticos conseguem pronunciar perfeitamente estes números, e às vezes uma coisa custa 18 e você entende que custa 8. Nos piores casos, o erro vai do 8 ao 80.

Em geral isso não é um golpe e as pessoas não fazem por maldade – elas realmente têm dificuldades com a pronúncia. Em caso de dúvidas, escreva o número na calculadora do celular e confirme com a pessoa antes de fechar um negócio.

  • Golpes com moto

Comum principalmente na Tailândia, Laos, Vietnã, Camboja e Indonésia.

É bem provável que você tenha que alugar uma moto em algum momento enquanto viaja pelo sudeste asiático. Muitas atrações turísticas não são acessíveis em transporte público e os tours são muito caros. Assim, por uns poucos dólares (já chegamos a pagar menos de 5 dólares na diária de uma moto), você ganha a liberdade para ir aonde quiser.

O problema é que quem aluga as motos costuma pedir que se deixe o passaporte ou um depósito em dinheiro (geralmente 200 dólares). E, se você não alugar em um lugar de confiança, poderá ter problemas na hora de devolver a moto.

Um dos golpes comuns é o cara tentar te cobrar por riscos ou amassados que já havia na moto. Para evitar este problema, procure tirar fotos ou filmar o estado da moto antes de retirá-la da loja. Tentaram nos passar este golpe no Camboja, mas a gente não deu bola para o que o cara falava e ele acabou desistindo.

Uma variação um pouco mais pesada deste golpe é a de alguém da própria agência roubá-la com a chave reserva assim que você estacioná-la em algum lugar, e depois te extorquirem por isso. Se for possível, leve seu próprio cadeado ou corrente para evitar este golpe, e procure sempre estacionar em locais seguros.

De um modo geral, o ideal é evitar alugar moto na rua ou em agências com pouca reputação. Vale a pena pagar um pouco mais caro e alugar em um lugar que tenha boas referências no TripAdvisor.

  • Roubo de gasolina

Este golpe é muito popular no Vietnã. Acontece quando você aluga a moto por vários dias diretamente no seu hotel. De noite você guarda a moto e, quando vai pegá-la no dia seguinte, parte da gasolina se foi.

Este golpe é difícil de identificar, pois em geral os ladrões são discretos e não é raro você pegar motos que o medidor de gasolina não funciona. A solução é ir abastecendo aos poucos e procurar largar a moto com o tanque vazio pela noite.

  • Templo e hotel fechados

Muito comum em Bangkok. Você pega um taxista ou um condutor de Tuk Tuk e pede para ele te levar a um templo específico. Ele vai te falar que este templo está fechado e vai sugerir outro, supostamente mais bonito. Mas ele tem esquema com este outro templo e vai morder parte do preço da entrada (que provavelmente será exorbitante).

Uma variação deste golpe pode acontecer com hotéis também, ou às vezes até com lojas e shoppings. Para escapar deste golpe é simples: basta agradecer e procurar outro taxista ou tuk-tuk.

  • Hotel errado

Golpe comum no Vietnã, principalmente em Hanói. Você reserva uma hospedagem de 50 dólares em um hotel bom. O taxista te leva a um hotel péssimo que tem o mesmo nome. Quando você se der conta, terá pagado 50 dólares em um hotel que não valia nem 5. E ainda deixará uma avaliação ruim para o hotel verdadeiro, que não tem culpa de nada.

Procure sempre ver a localização exata do seu hotel antes de ir, e acompanhe pelo Google Maps se o taxista está fazendo o caminho correto. Se couber no seu orçamento, contrate o serviço de transfer do próprio hotel para ter mais comodidade e evitar dores de cabeça.

  • Fotos dos hotéis

Em todo o lugar do mundo os hotéis dão uma pequena maquiada nas fotos dos quartos antes de postá-las no Booking ou a fins, mas no Vietnã o caso é extremo. Nunca vimos país onde as pessoas manjassem tanto de Photoshop. Isso nunca nos estressou, afinal pegávamos hotéis baratos e sabíamos o que esperar. Mas um viajante desavisado pode ter grandes decepções.

Procure ler atentamente todos os comentários (de preferência os mais recentes) antes de reservar um hotel, e desconfie de ofertas que parecem boas demais.

  • Descrição do hotel não bate

Isso é comum em todo o sudeste asiático: parece que muitos donos de hotéis simplesmente marcam todos os atributos disponíveis no Booking. Às vezes é bem óbvio: um hotel de 5 dólares que diz que tem hidromassagem e sauna no quarto certamente está errado, mas às vezes o erro pode ser um pouco frustrante: em Bali fizemos questão de reservar um hotel com televisão porque era época de Copa do Mundo, e chegando lá descobrimos que a propaganda era enganosa.

Outra frustração comum é a cozinha: quase todos os hotéis dizem que tem cozinha, mas não é verdade. Ou melhor, existe uma cozinha, mas ela não é acessível aos hóspedes. Se você gosta de cozinhar a sua comida, o ideal é confirmar com o hotel antes de reservá-lo.

  • Feriado do Buda

Golpe comum na Tailândia, principalmente em Bangkok. Se alguém te disser que hoje é feriado do Buda, dê as costas e vá embora, pois é golpe. Não existe feriado do Buda (e este alerta está em vários editais do governo).

Em geral os golpistas usam a história do “feriado do Buda” para dizer que algum lugar magnífico está aberto para o público somente hoje. E, neste lugar, provavelmente alguém estará aguardando para te dar um golpe.

  • Comida cara

Tentaram nos dar este golpe duas vezes em Hanói. Uma vez fomos comer num lugar onde havia uma placa dizendo que a comida era 30 mil. Pedimos dois pratos e pagamos com uma nota de 100 mil. Aí a mulher disse que estava certo e não quis dar o troco, alegando que havia colocado mais comida nos nossos pratos do que o normal (o que era mentira, pois bem vimos os pratos das outras pessoas). Só depois de muita briga que ela devolveu o troco.

Outra vez comemos em um restaurante simples e pedimos dois pratos. Confirmamos o preço antes, por via das dúvidas. Mas a dona, além dos nossos pratos, começou a trazer várias coisas que não pedimos. Não tocamos em nada, mas mesmo assim ela quis cobrar no final. Por sorte trazíamos o dinheiro trocado. Colocamos o valor correto no balcão e fomos embora, deixando ela e suas reclamações para trás.

Procure confirmar o preço antes e saiba bem o que você pediu. Quando for pagar, tente pagar com o valor exato. A pessoa pode chiar, choramingar ou te xingar, mas não conseguirá arrancar mais dinheiro de você.

  • Pessoas muito gentis

Se você estiver viajando pelo interior ou por regiões onde turistas são poucos, encontrará muita gente gentil pelo caminho. Não foram poucas as vezes que pessoas de moto pararam para nos ajudar ou nos dar carona.
Mas, em regiões extremamente turísticas e nas grandes cidades, este tipo de gentileza exagerada não é comum. Se alguém te parar no centro de uma capital e se mostrar muito prestativo, levante a guarda. Dê sempre à pessoa o benefício da dúvida (nada poderia ser pior do que tratar mal alguém que realmente estava querendo te ajudar), mas ligue o alerta. Se desconfiar que é um golpe, invente uma desculpa e saia.

  • Fronteira

Há tempos atrás os golpes nas fronteiras eram extremamente comuns e aplicados pelos próprios agentes de imigração. Mas recentemente os governos dos países começaram a tomar uma atitude mais dura para evitá-los, e aparentemente tem dado certo. Para entrar na Tailândia há vários avisos dizendo que não se deve pagar absolutamente nada. Em países onde o visto é pago costuma haver letreiros dizendo exatamente quanto você deve pagar.

Mas, ainda assim, há gente que tem dores de cabeça para passar uma fronteira. Em fronteiras mais remotas e pouco utilizadas, a prática de pedir suborno é mais comum. Países como Camboja, Laos e Vietnã costumam pedir uma foto tamanho passaporte para o visto. Se você não tiver, talvez tenha que pagar caro para tirá-la na hora.

Outro problema que muitos têm nas fronteiras é com os “agilizadores”. Se você pegar um ônibus direto do Camboja para a Tailândia, por exemplo, quando chegar à fronteira entrarão pessoas pedindo o seu passaporte. Elas farão todo o trabalho para você: vão carimbar a saída, a entrada, os trâmites dos vistos e tudo mais. Talvez você nem tenha que descer do ônibus. Mas fique ciente que eles cobrarão uns 5 dólares pelo serviço.

  • Roubo a hotéis

Este crime pode acontecer em qualquer canto do mundo, mas é bastante frequente nas ilhas de Koh Phangan e Koh Samuy, na Tailândia. Nós, inclusive, fomos vítimas disso.

Os roubos acontecem quando há festas grandes, como a Full Moon ou Half Moon party. Os ladrões sabem que a maioria dos hóspedes está fora e entra nos hostels e nos chalés para roubar. Às vezes fazem a limpa, às vezes são discretos e levam apenas uma câmera, um celular ou um pouco de dinheiro. Eles geralmente têm o apoio do dono ou dos funcionários do estabelecimento. No outro dia você se dá conta de que algum item seu sumiu, mas vai achar que o perdeu quando estava bêbado durante a festa.

Conosco aconteceu o seguinte: abriram a janela do nosso bangalô de noite, durante a Half Moon Party, usando um pequeno macete. O ladrão provavelmente achava que estávamos na festa, mas nós estávamos dormindo e acordamos com o barulho. Só deu tempo de ele pegar a minha carteira e sair correndo. No outro dia, milagrosamente, a carteira apareceu na recepção do hotel (o dinheiro, claro, havia desaparecido).

Se quiser saber mais sobre este roubo, leia o post completo aqui.

  • Roubo de bolsas

Apesar de o sudeste asiático ser bem seguro quando comparado ao Brasil, roubos de bolsas e câmeras por motos é mais comum do que se imagina. O pior é que às vezes a bolsa se enrosca no corpo da vítima e esta é arrastada pelas ruas, sofrendo graves hematomas e arranhões. Também não é raro que alguém passe de moto e roube o que quer que você leve na cestinha da sua bicicleta.

A maioria dos relatos deste tipo de crime acontece no Camboja, mas as autoridades de todos os países recomendam ficar alerta. Tome sempre os mesmos cuidados que você costuma tomar no Brasil; não baixe a guarda só porque estes países parecem ser bastante seguros.

  • Prostituição

Infelizmente a prostituição é um problema sério em vários países do sudeste asiático, principalmente na Tailândia, o que faz com que o turismo sexual seja uma prática comum. Mas este tipo de turismo traz uma infinidade de golpes. O mais comum é o de você ser convidado a entrar em um puteiro de graça para ver um show de ping pong (se você não sabe o que é este show, deixo isso a encargo de sua imaginação) e, na saída, descobrir que tem que pagar uma conta astronômica. E é melhor pagar, pois casos de turistas mortos por arranjar briga com a pessoa errada não são raros.

O ideal é evitar este tipo de atividade quando estiver viajando por estes lados.

  • Drogas

Apesar de serem vendidas a cada esquina em muitos países, as drogas são expressamente proibidas em todo o sudeste asiático e seu uso traz punições severas. Um golpe comum é um traficante te vender alguma substância ilícita e na esquina seguinte você ser parado pela polícia. Para evitar a cadeia, você deixa um bom suborno ao policial. A droga acaba voltando para as mãos do traficante, que fará outra vítima, e assim sucessivamente.

Este golpe é comum em Bali, no Vietnã e nas ilhas cheias de festa da Tailândia.

  • Informações turísticas

Muitas agências de turismo escrevem “tourist information” na fachada, visando iludir o turista de que ali é um centro de informações turísticas oficial do governo, quando não passa de uma agência de turismo qualquer (que geralmente vende tours bem mais caros).

O golpe aqui é combinado com taxistas ou motoristas de tuk tuk: eles dizem que te levarão ao centro de informações turísticas oficial, onde você poderá comprar passagens pelo preço mais baixo. Tudo mentira.
Este golpe é bastante popular em Bangkok.

  • Passagens de trem

Viajar de trem pelo sudeste asiático é uma experiência muito interessante e bastante econômica. Na Tailândia, viajar desta forma custa às vezes menos da metade do que fazer o mesmo trajeto em ônibus. Myanmar e Vietnã são outros países que possuem uma rede ferroviária bastante eficiente.

Mas, se for viajar de trem, compre sempre seus tickets na estação, diretamente nos guichês oficiais. Um golpe comum é que alguém se aproxime de você enquanto você aguarda na fila e se apresente como um agente do governo. Ele dirá que estrangeiros têm preferência na compra de passagens e te levará para um lugar “especial”. Este lugar especial nada mais é do que uma agência que revende as passagens pelo triplo do preço.

  • Reserva de hotéis não respeitadas

Isso não é bem um golpe, mas mais uma falta de organização de muitos hotéis. Achamos este problema bastante comum no Laos.

A impressão é que o pessoal que cuida dos hotéis não entende muito bem como funciona o esquema de reserva do Booking e a fins, e deixa as vagas abertas por lá mesmo que não existam. Esse problema é frequente em hotéis baratos que não cobram a reserva adiantada. Em geral o problema é resolvido se você simplesmente sair e reservar outro hotel, mas se estiver viajando em datas festivas pode ter bastante dor de cabeça. Tenha sempre em mãos o número do Booking (ou do Agoda, Expedia, ou seja lá qual você usar) para que eles resolvam em caso de problemas.

  • Trabalhos sociais

Infelizmente a prática de trabalhos voluntários se tornou um grande negócio no sudeste asiático. O problema começou quando muitos estrangeiros começaram a ir para lá em busca de voluntariados que enriquecessem seus currículos, como trabalhos em orfanatos ou asilos. Mas muitos destes estrangeiros não estavam nem aí para a causa social e não tinham responsabilidade alguma.

O que as instituições fizeram? Começaram a cobrar pelo voluntariado. Assim, se você não se dedica, pelo menos está pagando pela comida que consome e pelo espaço que ocupa. Mas isso fez com que surgissem instituições clandestinas. Muitos “orfanatos” alugam os filhos de famílias pobres para que estes se passem por órfãos, muitos asilos hospedam velhos saudáveis e de famílias só para enganar os estrangeiros e a maioria dos “santuários” de elefantes nada mais são do que centros de tortura animal.

Se for fazer um trabalho voluntário no sudeste asiático, pesquise muito sobre a instituição antes de se inscrever para a vaga.

  • Passagens combinadas

Quase caímos neste golpe na Indonésia, mas aparentemente ele é comum em todo o sudeste asiático.

Conosco aconteceu assim: compramos uma passagem das ilhas Gili até o centro de Bali. A agência nos entregou uma pasta contendo a passagem de barco e a passagem do transfer desde o porto de Bali até o nosso hotel.
Fizemos o trecho de barco tranquilamente, mas ao chegarmos no porto de Bali fomos abordados por um senhor que perguntou por qual agência estávamos viajando. Mostramos as passagens e ele disse:

“Sou eu mesmo quem leva. Mas esta passagem não inclui o transfer até o hotel, somente ao centro de Bali. E o ônibus só vai sair daqui a 2 horas. Se quiser, posso te levar agora por mais X dólares”.

Já estávamos xingando a agência, mas dissemos que esperaríamos as 2 horas sem problemas. Então ele nos devolveu a passagem e disse para esperarmos do lado de fora do porto. Enquanto íamos para lá, outro senhor nos abordou e contou a mesma história. Então percebemos que nenhuma daquelas pessoas trabalhavam na agência: eram apenas taxistas querendo passar a perna nos turistas desavisados.

Saímos do porto e encontramos o verdadeiro pessoal da nossa agência, que nos levou de graça até a porta do nosso hotel.

Esse problema é comum em qualquer lugar onde vendam passagens combinadas. Quando você chega no local de trocar de transporte, sempre aparecerá gente mal intencionada. Ignore-os e procure alguém devidamente identificado.

  • Venda e aluguel de roupas na frente dos templos

É preciso estar devidamente trajado para entrar em templos budistas, mesquitas e até em algumas igrejas católicas. As regras variam conforme o local e a religião, mas em geral você precisa estar com os ombros cobertos e as pernas tapadas até os joelhos. As mesquitas costumam ser mais exigentes.

O caso é que na frente destes templos há pessoas alugando ou vendendo as roupas adequadas. Aí você está de shorts e paga caríssimo em uma saia comprida e descobre que dentro do templo eles emprestavam a vestimenta de graça.

Procure sempre se informar das regras de vestimenta antes de visitar um templo, e veja se eles não emprestam. Se possível, já vá com a roupa adequada ou leve uma canga e uma camisa comprida na mochila.

  • Roubo de calçados

É costume que hotéis, templos e às vezes até lojas exijam que você tire os sapatos antes de entrar. E às vezes há ladrões especialistas em roubar os calçados mais caros.

Quando ficar em um hotel com esta exigência, leve seu sapato para o quarto. Não deixe do lado de fora. Quando for passear em templos, procure sair com um chinelo bem vagabundo (chinelos bons também são visados; roubaram o meu nas Filipinas).

  • Joias

Salvo se você for um especialista no assunto, não é boa ideia comprar joias no sudeste asiático. É claro que você pode comprar um anel ou um colar que achou bonito e o preço lhe parece justo, mas não faça isso pensando em ter lucro ou revendê-los no Brasil. Nenhum destes países é realmente famoso por ter pedras preciosas de qualidade e baratas.

Um golpe comum é você entrar em uma joalheria e ter alguém que aparenta ser um especialista negociando uma joia. Ele consegue baixar o preço de 1000 para 100 dólares, mas na última hora dá um problema com o cartão de crédito dele. Então ele sai desesperado e pede para que lhe guardem aquela joia, mas por algum motivo ela acaba sendo oferecida a você. E você compra, achando que está fazendo um excelente negócio. Mais tarde descobre que pagou 100 dólares em uma joia que não valia nem 50.

  • Roubo de bagagens

Há muitos relatos de turistas que tiveram bens roubados do bagageiro dos ônibus noturnos. Em geral não é a mochila que some, mas alguns itens que havia dentro dela.

Isso acontece porque é comum que pessoas viagem no bagageiro dos ônibus (às vezes os auxiliares do motorista vão dormindo ali). E estes aproveitam para procurar um eletrônico, um tênis de marca ou alguma joia que tenha ficado dentro das mochilas.

Leve sempre seus bens de valor dentro do ônibus. E, se for dormir, durma abraçado à mochila de mão. Se for possível, passe um cadeado nas mochilas que forem despachadas.

  • Ônibus superior

Só vimos isso acontecer no Vietnã e no Myanmar, mas aparentemente é comum em qualquer país do sudeste asiático. Você vai comprar uma passagem de ônibus e te oferecem um “upgrade” para um ônibus melhor por um preço bom. Mas geralmente não tem upgrade nenhum: o ônibus que você ia comprar já era bom.

As duas vezes que nos ofereceram o upgrade (uma vez foi em Yangón e a outra em Ho Chi Minh) nós recusamos. Em teoria o upgrade seria para subirmos de um ônibus convencional para um leito, mas quando chegou na hora fomos de leito de qualquer jeito, pois não existiam ônibus convencionais.

  • Tatuagem grátis

Existem templos onde monges se oferecem para fazer uma tatuagem grátis que te trará alguma proteção. Antes de aceitá-la, é bom conferir quanto vai custar este “grátis”, senão depois é possível que te cobrem uma nota pela tinta usada ou peçam uma doação voluntária de 100 dólares.

  • Preços exorbitantes

Quando fomos comprar uma canga em Bali, nos pediram 100 dólares (sem exagero). Para nós, brasileiros, era bem claro que o valor era desproporcional, mas alguém que vive em um país sem praia pode não ter noção de qual seria o valor correto.

Nós obviamente recusamos, então a pessoa disse: “quanto você quer pagar?”. É nesta hora que você cai: se você não tem noção do valor do produto, talvez ofereça 50 dólares e saia feliz achando que fez um bom negócio. Nós oferecemos 3 dólares. Acabamos fechando em 5.

Agora imagine se estivéssemos comprando outra coisa que não tivéssemos ideia do valor. Quanto seria o valor justo de um narguilé, por exemplo?

Procure dar uma pesquisada antes no preço daquilo que você pretende comprar, e se perguntarem “quanto você quer pagar?” não tenha vergonha de chutar um valor bem baixo. O pior que pode acontecer é a pessoa não aceitar.

  • Hotéis que vendem tours

Muitos hotéis vendem tours, passagens de ônibus e alugam motos. Em geral isso é uma facilidade, e você tem o direito de contratar ou não o serviço com eles. Mas há hotéis onde os donos tentam te empurrar os tours de todas as maneiras, e se tornam bastante agressivos se você não quiser contratar nada.

Leia sempre as referências do hotel antes de fazer uma reserva para ver se não há reclamações neste sentido.

  • Ônibus que te largam no meio do nada

Aconteceu conosco quando viajamos do Laos para o Vietnã. Nosso ônibus tinha destino final a cidade de Da Nang, mas em teoria faria uma parada em Hue (cidade para onde queríamos ir). Porém, nós éramos as únicas pessoas que queriam ir para Hue, e por isso o motorista ficou com preguiça de entrar e nos largou em uma rotatória que ficava a uns 15 quilômetros da cidade, alegando que ali era Hue. Ainda bem que estávamos acompanhando tudo pelo GPS. Nós brigamos e ele acabou nos dando o dinheiro  do táxi.

Acompanhe sua viagem pelo GPS e, se tentarem te enganar, brigue.

  • O troco lento

Este problema é comum em todo lugar, principalmente se você pagar com notas de valor bem alto. Imagine que a sua conta deu 40 mil e você paga com uma nota de 200 mil. O caixa pega 10 notas de 10 mil e coloca no balcão, esperando que você pegue o dinheiro e vá embora. Se você continuar ali, ele tranquilamente pegará os 60 mil que faltavam e te entregará, como se nada tivesse acontecido.

  • Passando mais produtos

Caímos neste golpe na Tailândia, em uma loja do 7-Eleven. A moça do caixa passou nossos produtos e, no meio deles, passou alguma coisa para ela. Nem nos demos conta, pois ainda não estávamos familiarizados com os valores. A nota veio escrita em tailandês (que usa caracteres diferentes do nosso), então sem chances de conferir alguma coisa.

Só nos demos conta do golpe porque, no dia seguinte, compramos exatamente os mesmos produtos no mesmo lugar e a conta deu bem mais baixa. A partir de então passamos a ficar de olho em cada produto que era passado no caixa.

  • Câmbio

Este problema acontece principalmente nas fronteiras terrestres, em especial em países onde a moeda é muito desvalorizada, como o Myanmar. Você troca 20 dólares e deveria receber 30 mil quiates, mas recebe apenas 3 mil. E, se ainda não estiver familiarizado com o dinheiro, nem se dará conta que há um ZERO faltando na história. Ou recebe um bolo com 15 notas de mil, e quando termina de contá-las o cambista já desapareceu.

A recomendação é já ver com antecedência quanto dinheiro pretende trocar e quanto aquela quantia vale no câmbio oficial. Use o Google ou alguma outra ferramenta de câmbio para te ajudar. Pesquise também como são as notas daquele país para já estar familiarizado com o que te entregarem. E, sobretudo, evite trocar dinheiro com cambistas de rua. Procure sempre uma casa de câmbio onde você possa contar o dinheiro com tranquilidade. Se não existirem casas de câmbio, busque uma joalheria ou qualquer outro negócio sério. E procure sempre trocar o mínimo possível nas fronteiras.

 

É isso, pessoal! Conhecem mais golpes que não citamos? Comentem aí!
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8 comentários sobre “Golpes comuns no Sudeste Asiático (e como evitá-los)

  1. Muito bom artigo, meus parabéns! Já viajei um pouco pelo sudoeste asiático e me identifiquei com muitos dos pontos.
    Em Bangkok, fiquei sabendo também que os motoristas dos Tuk Tuk ganham um vale de gasolina se levarem você às lojas que referiu. Eu tenho um amigo bem experiente em Bangkok que já conhecia esse “método”. Aí, uma altura a gente estava bem cansado ao fim do dia, e ele negociou com um tuk tuk nos levar de graça do centro ao hotel. Ele concordou, se a gente aceitasse visitar 2 lojas. Fomos numa de jóias e outra de ternos feitos à medida. Não compramos nada nas lojas nem pagamos pela corrida mas o cara ganhou a sua gasolina, então ficamos todos felizes e ainda nos divertimos com a experiência cultural. 🙂

    1. Obrigado Helena!
      Nós adoramos o sudeste asiático, mas infelizmente (talvez por conta do excesso de turismo) tem muita malandragem. Legal o acordo com o tuk tuk. Não vemos problema em eles fazerem isso, desde que seja tudo em acordo. O problema é os caras ficarem contando mentira. Aí acabam espantando todo mundo.
      Um problema parecido acontecia aqui em Hanói com as tias que vendem doce. Elas tentavam tanto passar a perna nos turistas que agora alguém vê uma tia dessas e já sai correndo 😀

  2. Em Ho Chi Minh pegar sempre somente os taxis da Vinasun ou Mailihn, que sao os oficiais. Pagamos 700.000 dongs numa corrida que custa 150.000 dongs com o taximetro adulterado.

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