Centro do império pré-inca de Chavin, que teve seu domínio estendido até depois dos limites do Equador e da Bolívia, estas impressionantes ruínas foram declaradas Patrimônio Mundial pela Unesco em 1985, e são visita obrigatória para quem estiver por Huaraz!
História
A cultura Chavín dominou uma imensa área do território peruano, e há indícios de que seu poderio, durante o auge, se estendeu além das atuais fronteiras com o Equador e com a Bolívia. Esta cultura teria surgido por volta de 1500 a.C, tendo sua hegemonia durado até 500 a.C.
Diferente de outras culturas, o domínio que o Chavín exercia sobre outros povos não era militar, mas sim religioso. A grande habilidade de seus xamãs em conversar com os deuses e prever o futuro fez com que muitos povos se submetessem a esta cultura.
De fato, os sábios de Chavín tinham uma grande habilidade de prever o futuro, mas isso não tinha necessariamente relação com os deuses, e sim com seu vasto conhecimento em astronomia. Através da observação das estrelas, planetas e da posição do sol conseguiam prever com precisão as estações de seca, de chuva, se o ano seria bom ou não para colheita e outras coisas mais.
Não se sabe muito sobre o declínio desta civilização, mas a teoria mais provável é que sua habilidade mística deixou de impressionar, e os povos passaram a formar outras civilizações, como a Nazca.
O coração da cultura Chavín está em Chavín de Huantar, cujas ruínas estão localizadas a pouco mais de 2h da cidade de Huaraz.
Interessante também comentar que, sob as ruínas de Chavín, encontraram algumas construções com arquitetura semelhante à utilizada pela cultura de Caral (leia tudo sobre Caral aqui), o que indica que a área já foi ocupada muito antes da chegada dos Chavín.
Como chegar
As ruínas estão localizadas próximo à cidade também chamada de Chavín. Para chegar até lá, é possível contratar uma excursão em Huaraz ou ir com transporte público. Os ônibus custam 12 soles o trecho.
Praticamente todas as agências de Huaraz fazem o tour para Chavín, e o preço fica em torno de 30 soles por pessoa. Chorando, conseguimos fazer por 25 soles com a Transportes Romero.
Por 1 sol de diferença, vale a pena a excursão, pois, além da comodidade, ainda incluem um guia, que é essencial para entender a história do local.
Outra opção é ir caminhando, em uma caminhada que dura 2 dias por um antigo caminho inca. No centro de informações turísticas de Huaraz é possível pedir um mapa com as informações desta trilha.
Preço
Além do gasto para chegar até lá, é preciso pagar 10 soles para entrar às ruínas.
Se estiver indo sem agência, é opcional contratar um guia no local. O guia cobra 40 soles, independente da quantidade de pessoas no grupo.
O tour
Partimos de Huaraz às 9h40min, e seguimos por uma belíssima estrada, cercada pelas cordilheiras branca e negra. Se tiver opção, tente sentar na janela do lado esquerdo do veículo.
No caminho, fizemos uma parada de 20 minutos para tirar umas fotos da belíssima lagoa Querococha, de água cristalina.
Pouco antes do meio-dia, chegamos às ruínas de Chavín, onde caminhamos por quase 2 horas (não, o lugar não é grande, mas há tantos detalhes para se observar que o tempo voa!).
As ruínas de Chavín
Ao chegar a Chavín, você logo vai perceber que grande parte das ruínas estão sob a terra. Isso aconteceu por conta de uma inundação que ocorreu na década de 40, que deslocou uma grande quantidade de terra para a região. Estima-se que o piso original daquelas construções esteja a cerca de 10 metros sob o solo atual.
Logo na entrada, você já vai ver um pequeno totem e uma pedra esculpidos com desenhos de deuses. Estas são réplicas (as originais estão em museus, uma em Lima e outra em Huaraz). Mas não se preocupe: logo mais você verá uma original.
Seguindo o caminho, chegará ao templo principal, que possui uma praça em frente. Aqui o conhecimento de astronomia já nos surpreende. No centro do muro frontal da praça há um desenho esculpido. Este desenho se alinha perfeitamente com o pico da montanha à sua frente e ao sol no exato dia do solstício. Acredita-se que, no templo, havia uma pedra preciosa, e esta pedra refletia a luz do sol sobre o desenho no dia 21 de junho, o que marcaria o início do inverno.
Atravessando a praça, vemos uma pedra com 7 buracos em sua superfície. Esta pedra pode parecer insignificante em um primeiro momento, mas foi fundamental para que os sábios de Chavín pudessem prever o futuro: cada buraco era enchido com água, e estas águas refletiam as estrelas. Os buracos são alinhados com o cruzeiro do sul e com as três marias, e de acordo com a posição do reflexo destas constelações é possível saber a estação do ano e outros detalhes a mais. Impressionante, não?
Daí, caminhamos ao redor do grande templo (não é possível entrar nele) e fomos até um túnel, onde haveria uma terceira pedra talhada com o desenho de um deus (esta, original). Neste local não se permitia tirar fotos, mas tudo bem: levaremos a imagem na nossa mente para sempre.
De lá, caminhamos por um labirinto subterrâneo (aí, sim, se podia tirar fotos), e então seguimos para a parte de trás do templo.
Lá, pendurada na parede, havia uma cabeça talhada. Deveriam haver outras mais, mas elas foram removidas e levadas a museus.
Esta cabeça representava um homem com boca de puma e olhos de condor. Não representava um deus, mas sim uma fase de mutação de um homem para um estado sagrado. Supostamente, as outras cabeças representariam todas as fases desta transformação, desde a face do homem normal até seu rosto completamente convertido em um deus.
Esta transformação, supostamente, aconteceria durante um ritual sagrado, onde se consumia plantas alucinógenas: para a crença deles, o estado de “chapado” era um estado de “semi-deus”. As cabeças representariam um homem o consumindo estas plantas.
Terminado o passeio, fomos a um restaurante. Como o almoço não estava incluído e vivemos em economia máxima, almoçamos uns pães com atum que levamos.
Todos almoçados, voltamos e chegamos a Huaraz pouco depois das 18h.
É isso pessoal! Gostaram da dica?
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3 comentários sobre “Visitando as ruínas de Chavin de Huantar, em Huaraz, Peru”
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