Localizada no Parque Nacional Huascarán, a lagoa 69 foi, aos poucos, conquistando o coração dos viajantes que passam pelo Peru, e com razão: sua água de um verde impressionante e seus picos nevados como plano de fundo formam uma das vistas mais bonitas da América do Sul. Venha conhecê-la com a gente!
Referência (jun/2016)
1 real = 0,88 soles
1 dólar = 3,30 soles
Localizado nos andes peruanos, o Parque Nacional Huascarán guarda parte da Cordilheira Branca, considerada uma das cordilheiras mais bonitas do mundo. Tanto sua beleza quanto sua importância natural para o planeta fizeram com que este parque conquistasse o título de Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Em meio a toda esta beleza, está a Lagoa 69, um dos destinos mais procurados nesta região. Seja pela belíssima cor de suas águas, sua vista da cordilheira ou pela incrível trilha que se caminha para chegar até ela – este destino vai te encantar.
Por que 69?
A graça da lagoa já começa pelo seu nome. Não encontramos nenhuma fonte confiável explicando porque a lagoa foi batizada desta forma. A explicação mais comum é que ela foi a 69° na contagem das lagoas do parque. Nos pareceu meio forçado a lagoa considerada a mais bonita do parque ter um nome tão apelativo comercialmente por mera coincidência.
Nosso guia nos deu outra explicação: disse que o nome 69 tem, sim, relação à posição sexual. Conta a lenda que uma mulher da região não conseguia engravidar. Como já estava beirando os 40, a preocupação do casal foi crescendo. Uma noite, através de um sonho, ela recebeu a visão de que deveria cavar um buraco no gelo e mergulhar 7 vezes na lagoa gelada (antes, a lagoa era congelada). Depois de realizar este ritual, engravidou várias vezes e gerou vários descendentes.
A partir daí, a lagoa passou a simbolizar a fertilidade, que era representada por este povo como a posição sexual que hoje chamamos de 69. Com o passar dos tempos e com a influência ocidental, a lagoa passou a se chamar “laguna 69”.
Hoje, muitos turistas encaram mergulhar em suas águas geladas para cumprir o ritual da fertilidade.
Não sabemos se a lenda é verdadeira, se ela foi realmente a 69° na contagem ou se foi batizada desta forma meramente como uma apelação ao turismo, mas isso não importa muito: a lagoa é encantadora, independente do nome.
Como chegar?
O começo da trilha para a lagoa fica a cerca de 3h ao norte de Huaráz, em van. É possível chegar até lá em transporte público, mas o valor gasto no transporte é praticamente o mesmo (isso se não ficar mais caro) do que contratar uma excursão em Huaráz.
Os preços das excursões variam entre 30 e 65 soles, dependendo da qualidade do serviço e se inclui guia ou não. Este tour é pesado, e não vale a pena economizar muito não, pois qualquer atraso pode fazer com que não dê tempo de alcançar a lagoa.
Nós fomos com a Peru Servicios Turísticos (www.peruserviciosturisticos.com), e recomendamos a agência pelo excelente serviço prestado, além do guia Abel que foi fundamental para que todos conseguissem chegar ao destino. Por eles, o tour custa 50 soles.
A trilha
A trilha até a lagoa seria fácil, se não fosse o fato de começar em 3900 e terminar em 4600 metros sobre o nível do mar. Os caminhos são bem marcados e as subidas são leves (somente no final há uma subida um pouco mais pesada), mas nessa altitude elevada uma caminhada pequena se torna bastante penosa. É muito comum as pessoas desistirem no caminho e não conseguirem chegar até a lagoa.
Ainda que seja difícil se perder, fazer o tour com um guia é bem interessante, principalmente se você não estiver acostumado a trekkings em altitudes elevadas. No nosso grupo, todos chegaram à lagoa. Alguns subiram na frente sem nenhuma dificuldade, mas outros só conseguiram graças ao apoio psicológico dado pelo guia.
O tempo médio para subir é de 3 horas (nós levamos 3h20min), e para descer é de 2h (levamos 2h20min). Os tours costumam ser de 6 horas, e o tempo restante é o que você vai ter para aproveitar a lagoa.
A caminhada começa praticamente plana, por um vale muito bonito, acompanhado por vacas e algumas cachoeiras. Recomendamos manter um ritmo tranquilo e constante aqui, sem cansar muito, mas sem ficar parando para tirar fotos (deixe para fotografar o caminho na volta). Depois de pouco mais de 1h caminhando, começará uma subida intermediária em zigue-zague, que terminará em uma pequena lagoa.
A partir daí, você terá mais 1h pela frente. Os primeiros 15 minutos são bem tranquilos, mas aí começa uma subida maldita: é neste ponto que a maioria das pessoas desistem. Recomendamos comer um chocolate para recuperar as energias e subir em um passo bem lento. Algumas pessoas começam a subir rápido, e no meio do caminho já não aguentam mais. Não superestime seu corpo: ele não está acostumado com esta altitude.
Terminada a subida, você chegará a lendária lagoa, e neste momento, como mágica, todas as suas energias se recuperam. Aproveite, disfrute e gerencie seu tempo para voltar. Geralmente os guias são os últimos do grupo, e quando eles chegarem é hora de começar a descer.
A volta é bem mais fácil, e dá para aproveitar e tirar todas as fotos que você não tirou na ida.
Quanto custa?
Além do valor do tour que você contratar, é preciso pagar 10 soles de entrada no parque (se você tiver o passe de 21 dias para o parque – que custa 65 soles – não precisará pagar a entrada).
Os tours param para tomar café-da-manhã antes de começar a trilha. Se quiser comer, o café completo sai entre 7 e 10 soles por pessoa.
O que levar
Os tours começam a sair às 5h da manhã de Huaráz e voltam por volta das 19h, sem parar para almoçar. Leve uns sanduíches para aguentar a fome.
Chocolate e barras de cereal são muito bons para ajudar a ter energias para a subida e também diminuir os efeitos da altitude. Leve também pelo menos 1 litro de água.
O clima na montanha é bastante instável, portanto roupa de frio é muito importante. É possível que pegue alguma pequena chuva ou nevasca no caminho – leve capa de chuva se tiver.
Se achar que vai ter coragem de encarar a água gelada, vá com roupa de banho por baixo, e leve uma toalha.
No mais, protetor solar, labial e uma câmera fotográfica com muita memória disponível!
O tour
A van veio nos buscar em nosso hotel às 5h30min da manhã. Buscou mais algumas pessoas e às 6h já estávamos na estrada. A vista do lado direito é a mais bonita, mas não aproveitamos tanto porque fomos dormindo! 🙂
Por volta das 8h, nosso guia nos acordou para tomarmos café-da-manhã. Como havíamos levado sanduíches, comemos nossa própria comida e economizamos os 10 soles do café.
A partir daí, seguimos por uma bela estrada de terra até entrar no parque, onde pagamos os 10 soles de entrada.
Seguimos um pouco mais e fizemos uma pausa na bela lagoa Llanganuco, com uma água verde que já era um aperitivo para o que nos esperaria a seguir. Ficamos aí uns 5 minutos tirando foto, e logo seguimos adiante.
Às 9h50min, chegamos ao começo da trilha. Nosso guia nos instruiu para administrarmos nosso tempo para voltar às 16h. Deveríamos seguir na frente, e ele iria por último, acompanhando os que estivessem com maior dificuldade.
Nós sofremos bastante, mas conseguimos fazer a subida em 3h20min, ficando mais ou menos na média do grupo. Aproveitamos cerca de 20 minutos na lagoa, e lá almoçamos alguns sanduíches que havíamos levado.
Começamos a descer um pouco antes do guia chegar, pois queríamos aproveitar a volta para descer tranquilamente e tirar todas as fotos que não tiramos na ida.
Chegamos no ônibus às 15h50min. Por volta das 16h15min chegou nosso guia com as últimas pessoas do nosso grupo, e a partir daí seguimos direto para Huaráz. Chegamos ao nosso hotel pouco depois das 19h.
Dicas
- Esta caminhada é difícil, principalmente por conta da altitude. Tente não economizar muito com a excursão, e procure fazê-la depois de já estar a uns 2 ou 3 dias na região.
- Leve alguns sanduíches para almoçar e chocolate para ajudar a ter energia com a altitude.
- Tome muita água – ela é um dos melhores remédios para a altitude.
- Apesar de nao ser obrigatório, considere fazer o passeio com um guia, principalmente se não estiver acostumado com trilhas em altitudes elevadas.
É isso pessoal! Gostaram deste destino?
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Excelentes dicas!! Vou fazer essa mesma trip em 4 de Junho de 2017, o que mais leio e que me preocupa é a aclimatação, todos falam para passar 1 ou mais dias “tranquilos” nas regiões altas para não sofrer o Soroche. Chegarei por Lima (A passagem por milhas mais em conta era chegando por la 😁) , vi os relatos de Huaraz e logo me encantei, então já mudei o roteiro, chegando em Lima as 11h vou me deslocar para agência de ônibus para Huaraz mais próxima(indicam alguma?) e pego o Bus as 13:30, devo chegar em Huaraz as 21:30 onde vou ao mercado comprar algumas besteiras para levar na trilha do dia seguinte que será Glaciar Pastoruri (dizem ser mais alto ,porém uma trilha tranquila e boa para aclimatação), no segundo dia desceria para laguna 69. Você recomenda essa “velocidade” para fazer essas trilhas? Outra coisa, chegando as 21:30 em Huaraz eu consigo pagar o passeio para Glaciar e Laguna 69?
Valeuuu e continuem postando que vou acompanhar de perto. 😊🙌🏽
Fala rapaz! Obrigado!
Temos certeza que vai adorar a viagem, essa região é realmente impressionante!
Sobre as agências de ônibus, a melhor é a MovilBus, mas é de longe a mais cara (custa o dobro das outras).
Nós sempre viajamos com a mais barata que encontramos, e no geral os ônibus são bons (não tem wi-fi, mas o conforto é o mesmo).
Acho uma boa começar pelo Pastoruri. Se conseguir subir o Pastoruri sem passar mal, acredito que consiga fazer a laguna 69 no dia seguinte sem problemas. Se achar o Pastoruri muito pesado, tente ficar mais 1 dia para acostumar.
Sobre conseguir o passeio, consegue sim. Pode chegar em Huaraz, procurar um hotel e ir dormir tranquilamente. No outro dia acorda cedo (lá pelas 7h) e sai na rua. Vai aparecer um monte de gente te oferecendo o passeio (e vai conseguir com um bom desconto, porque eles vão estar querendo encher as vans).
Perto da Plaza de Armas tem um estacionamento de ônibus, e várias agências saem dali (pergunte sobre a “Romero Tours” que o estacionamento fica bem na frente dela. Ali é só procurar a mais em conta).
Se fizer o Pastoruri e for tudo tranquilo, já pode voltar e organizar a 69 para o dia seguinte (a 69 não dá pra fazer este esquema de ir cedo, porque eles começam a buscar o pessoal no hotel a partir das 4h).
Mas vai tranquilo, no Peru tudo se resolve 🙂
Abraços e boa viagem!!
Ola vc acha que um mero turista que nunca fez algo assim na vida, esta indo a primeira vez ao.peru poderia fazer esse passeio?
Olá Josiane!
Dá pra fazer sim, se for num ritmo calmo. Recomendo ficar pelo menos uns 3 dias em Huaraz para se acostumar com a altitude. Veja uns outros passeios mais tranquilos para fazer enquanto espera por lá. O Pastoruri é uma boa sugestão.
O guia que nos levou era muito bom e conseguiu com que todos do nosso grupo chegassem! 🙂
Dá pra fazer esse roteiro no mês de novembro? Quando vc visitou? Parabéns pelo texto e pelo blog. Sempre acompanho.
Olá Alessandra! Obrigado!
Acho que dá pra fazer em novembro sim numa boa, pois a época de mais chuvas lá é janeiro e fevereiro. Nós fomos em junho.
Estarei lá dia 22/08, pelos relatos que leio sobre a Laguna 69, estou bem preocupado, kkkkkk.
Vê se pode me ajudar, fora Huaraz, sabe se tem alguma cidade mais próxima da Laguna ou algum transportador que vá mais cedo, pois vi que começaram a trilha quase 10 hrs, a minha ideia seria começar umas 08:00hrs.
E sabe me informar se as agências alugam bastão / bengala e se de fato tais equipamentos são necessários para a trilha?
Desde já agradeço.
Fala Thiago!
Tem uma cidade um pouco mais perto da trilha da 69, mas ainda é bem longe para ir a pé. Geralmente quem sai de lá acaba pegando o mesmo tour de quem sai de Huaraz. Existem caminhões que fazem a estrada até o começo da trilha da 69, mas os horários deles são bem incertos. A única forma que vejo de começar mais cedo seria pegar um táxi até lá, mas acho que o cara vai cobrar uma fortuna. Talvez outras empresas de tour comecem mais cedo, mas não tenho certeza.
Em todo o caso, por que você pensa em sair tão cedo? Quer ter mais tempo para garantir que vai conseguir chegar no topo? Se for esse o caso, acho que não precisa se preocupar tanto, porque no nosso grupo todo mundo conseguiu chegar, e tinha gente beeem fora de forma. A trilha em si não é tão difícil, o que mata mesmo é a altitude. O mais recomendável é você tentar calcular de chegar a Huaraz uns 3 dias antes de fazer a trilha, para ir se acostumando. Pode fazer uns passeios mais “lights” por lá para ir se acostumando, como o glacial Pastoruri e as ruínas de Chavín. Com isso, acho que não terá problemas na 69.
No centro de Huaraz tem várias lojas que alugam equipamento de camping. Acho que não terá problemas em encontrar bastões para alugar. A maioria das pessoas que vimos por lá não usavam. Não chega a ser necessário, mas se você se sente mais confortável com eles, pode ser uma boa alugar.
Abraço!
Show Renan…
Obrigado pelo breve retorno, de verdade me ajudaram muito, já estou mais tranquilo quando a Laguna 69, pois pelos relatos confesso que estava bem preocupado.
Mais uma vez obrigado pela atenção, as informações foram precisas e super úteis.
Até breve
Que é isso, no que precisar tamo ae!!
Vai tranquilo que você consegue chegar até ela sim