Vai viajar para a Argentina? Usar cartão de crédito ou débito por lá pode ser a maior roubada. Comprar pesos nas casas de câmbio do Brasil é pior ainda. Leia este post para entender melhor como funciona o câmbio por lá. Você pode economizar até 40% na sua viagem!
Nota (28/12/2015): em dezembro de 2015, o novo presidente da Argentina, Macri, acabou com as restrições à compra e venda de dólares, colocando um fim ao dólar blue. O texto original será deixado aqui somente por referência.
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Para entender melhor sobre o câmbio na Argentina, é preciso saber o que está acontecendo por lá.
Nos últimos anos, a inflação no país havia disparado, o que levou muitos argentinos a comprarem dólares como forma de segurança. Isso acabou elevando mais ainda a inflação, e deixou o banco central argentino com pouquíssima reserva da moeda estado-unidense. Como tentativa de salvar o país, o governo da Cristina Kirchner começou a impor várias restrições para a compra de dólares aos argentinos. Agora todo o dinheiro usado para a compra da moeda deve ser declarado, há uma restrição quanto a quantidade que cada um pode comprar e não se pode comprar dólares como investimento.
Como consequência, surgiu um mercado paralelo, ou mercado negro, de compra e venda de dólares. Cambistas de rua e até mesmo casas de câmbio vendem dólares (ou euros ou qualquer outra moeda) por um preço mais caro que o oficial, porém sem nenhuma restrição quanto a quantidade que cada um pode comprar.
Isso pode ser péssimo para os argentinos, mas é ótimo para o turista. Como a moeda estrangeira no mercado negro está mais valorizada, você pode ir para a Argentina e vender seus reais ou dólares por um valor superior ao oficial.
Para ter uma ideia, a situação hoje (17/10/2015) é assim:
cotação oficial:
1 peso argentino vale 40 centavos de real.
casas de câmbio em SP:
estão vendendo peso argentino por um valor médio de 45 centavos.
cambio negro:
1 peso argentino vale 25 centavos de real em Buenos Aires.
Se você utilizar o cartão de crédito ou débito, vai pagar um valor próximo ao oficial. Por isso, se for para lá, o ideal é levar reais ou dólares e trocá-los por peso argentino no câmbio negro (também chamado de “dólar blue”).
Para ter uma ideia, vamos dizer que você vai almoçar um bife de chorizo e ele custa 100 pesos.
- Se pagar no cartão de crédito, vai gastar aproximadamente 40 reais nele (mais o IOF e as taxas do banco).
- Se comprar dinheiro nas casas de câmbio brasileiras, vai ter gastado aproximadamente 45 reais no almoço.
- Se levar reais para a Argentina e trocar por pesos na rua, vai ter gastado apenas 25 reais na comida.
Pode ficar tranquilo para fazer a transação: apesar de ser ilegal, o negócio é bem tolerado e a polícia faz vista grossa. As próprias casas de câmbio argentinas realizam essa prática.
Alguns restaurantes inclusive aceitam reais e dólares, e costumam indicar qual o valor de conversão que eles utilizam (podendo ser ainda mais vantajosos que o mercado negro).
Aqui vão alguns termos que é legal você saber:
dólar oficial: o valor do dólar anunciado pelo governo e utilizado pelos bancos. Os argentinos podem comprá-los a este valor com várias restrições.
dólar blue: o dólar paralelo, do câmbio negro. Geralmente praticado por casas de câmbio.
dólar green: possui um valor muito próximo ao dólar blue, um pouco inferior para compra e um pouco superior para venda. É o utilizado pelos cambistas de rua (chamados de “arbolitos”). Varia um pouco de acordo com a cidade, sendo Buenos Aires geralmente a mais vantajosa para nós.
dólar tarjeta: é o valor que os argentinos pagam quando passam cartão de crédito no exterior.
Além dessas, há diversas outras denominações, mas que não interessam muito para nós. Também existe o euro blue, o real blue, etc.
Para saber qual o valor do dólar blue e do oficial, você pode acessar o site do jornal La Nación:
http://www.lanacion.com.ar/dolar-hoy-t1369
Outro site interessante, com informações de outras moedas, é o:
http://dolarblue.net/
Para trocar o dinheiro no paralelo, os melhores lugares são:
Buenos Aires: no centro, nas ruas Lavalle e Florida.
Puerto Iguazu: em qualquer casa de câmbio no centro, ou pergunte por cambistas na feirinha.
Bariloche: na rua Mitre e arredores.
Não sei em outras cidades, mas basta perguntar no hotel que todo mundo sabe informar.
Ah, outra dica interessante: se for levar dólares, procure levar notas de 100 porque costumam valer mais.
Dúvidas? Só perguntar!
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Muito bom.. É isso mesmo.
vc sabe se no freeshop o valor de conversão do peso pra dólar está o valor oficial ou o que eles dao na telha? Pra saber se vale a pena levar pesos pra lá 🙂
Eu fui no do Uruguai esses dias e estava quase 16 pesos argentinos um dólar no freeshop… Mais que o valor do câmbio negro!
Obrigada!!
Olá Marianna! Realmente no Uruguai o peso argentino é bastante desvalorizado mesmo.
Nos freeshops argentinos a conversão deve ser a oficial. Estivemos no de Puerto Iguazú em junho e lá vale muito a pena pagar em pesos.
Fizemos até um post a respeito do assunto (note que os valores estão um pouco desatualizados por conta da inflação argentina, mas dá pra ter uma ideia de como o negócio funciona):
https://mundosemfim.com/gastando-menos-no-duty-free-de-puerto-iguazu-argentina/