O Cañón de Somoto é um destino belíssimo de aventura ainda pouco conhecido na Nicarágua, e que vale muito a pena ser visitado. Aqui contamos todos os detalhes de como chegar até lá e curti-lo gastando bem pouco!
Câmbio oficial (maio/2015)
1 real = 9,40 córdobas
1 dólar = 3,20 reais
1 dólar = 29,80 córdobas
O cânion de Somoto só foi descoberto pela comunidade científica mundial em 2004, por geólogos checos que os descreveram como “um impressionante acidente geográfico”.
No final de 2006, reconhecendo a importância deste cânion, o governo da Nicarágua o declarou como Área Protegida e Monumento Nacional. A partir de então, a pequena cidade de Somoto passou a ser um importante destino turístico do país.
O mais legal deste cânion, com paredes que podem atingir cerca de 150 metros de altura, é que, para conhecê-lo, é preciso fazer um recorrido pelo rio Coco, que passa em seu interior. Assim, só nadando ou boiando mesmo, o que o torna um interessante destino para aqueles que gostam de aventura. Durante este recorrido, há vários pontos onde é possível saltar, com alturas que superam os 10 metros de altura.
Onde fica?
O Cânion de Somoto está a 13km da cidade de Somoto, ao longo da Panamericana, pertinho da fronteira com Honduras.
Como chegar
Para chegar até a cidade de Somoto, o mais fácil é ir até Estelí, e de lá pegar um dos frequentes ônibus para Somoto (2h, 34 córdobas).
De Somoto, basta pegar qualquer ônibus que vai sentido Honduras e pedir para deixar no Cañon (há 3 entradas, explicamos mais abaixo). Estes ônibus passam de hora em hora e o percurso custa 10 córdobas.
Se não quiser esperar, há táxis coletivos (bom negociar o preço, pois vimos motoristas cobrando desde 15 até 30 córdobas por pessoa).
A partir do ponto onde o ônibus/táxi de deixa, basta caminhar uns 40 minutos até o cânion.
Hospedagem
O melhor lugar para se hospedar é a própria cidade de Somoto, uma cidade pequena e tranquila, com supermercados e restaurantes econômicos (um menu no mercado sai por 50 córdobas).
Nós ficamos no Hotel Palmeras por 350 córdobas em um quarto de casal, com TV, ventilador e wi-fi. Se busca algo mais econômico, o hotel Marín custa 300 em um quarto de casal, mas não ficamos lá porque não tinha wi-fi.
Se quiser um hostel, o Namancambre tem quartos compartilhados por 150 córdobas por pessoa.
Perto do cânion também há algumas poucas hospedagens e campings, mas não chegamos a conferir os preços.
Quanto custa?
A entrada para o Cânion de Somoto custa 2 dólares. Os preços oficiais para os tours são:
- 12 dólares para o recorrido curto;
- 15 dólares para o recorrido médio;
- 20 dólares para o recorrido completo.
Estes tours incluem guia, colete salva-vidas e uma bolsa impermeável para levar seus pertences. Podem ser contratados na entrada do parque mesmo.
Se você não sabe nadar, não tem muita experiência com trilhas e rios, ou simplesmente está um pouco receoso de ir sozinho, recomendamos contratar o guia. Além da segurança, você ainda ajuda a comunidade local, que atualmente vive basicamente do turismo.
Agora, se você viaja em modo econômico ou simplesmente gosta de fazer as coisas por sua conta, abaixo explicamos como fazer sozinho e não gastar com nada (nem a entrada nos cobraram, pois quando saímos a guarita já estava fechada).
Os recorridos
Há três recorridos para conhecer o cânion: o curto, o médio e o longo (ou largo, em espanhol):
-
Recorrido curto
Você apenas vê a parte final do cânion, o que o torna pouco interessante. Só vale a pena mesmo se você tiver com crianças ou tiver com medo de entrar no rio.
Este recorrido é bem fácil de fazer sem guias. Basta pegar um ônibus e descer na entrada do Cañon (esta é a entrada padrão: se avisar que quer ir ao cañon, o motorista te deixará aqui) e dali caminhar uns 45 minutos (vai precisar cruzar um pequeno rio, então prepare-se para molhar o pé). Daqui é opcional ir até um mirante e observar o cânion de cima, ou pegar um barco (50 córdobas ida e volta) para ir até a entrada do cânion.
A partir do lugar onde o barco te deixa, é possível alugar uma boia (50 córdobas) para avançar uns 700 metros dentro do cânion.
Dura umas 2 ou 3 horas, dependendo do tempo que quiser ficar curtindo o cânion.
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Recorrido médio
Foi o que fizemos. Percorre todo o cânion pelo rio, até chegar à portaria principal. Para fazer este recorrido é necessário saber nadar ou ter um colete salva-vidas (ou uma boia, no nosso caso)..
O começo da trilha para fazer este percurso está a uns 500m depois da entrada principal, seguindo pela estrada, pouco depois de uma escola. Se quiser andar menos, peça para o motorista te deixar na escola, e de lá siga caminhando até encontrar uma entrada à direita (há uma placa indicando).
Siga por este caminho uns 15 minutos, até encontrar uma encruzilhada (fique de olho, pois é fácil passar direto).
Nesta encruzilhada há um portão no meio: é nele que você deve entrar (os donos da propriedade já estão acostumados, portanto não se preocupe). Ali dentro siga a trilha por mais uns 20 minutos, até chegar ao rio Coco (que passa no meio cânion).
A partir daí basta seguir o fluxo do rio (às vezes caminhando, às vezes nadando), até chegar onde estão os barqueiros do recorrido curto. Aí basta seguir a trilha até a estrada. Vá perguntando aos moradores locais para não se perder.
O recorrido todo deve durar umas 4 horas, seguindo em ritmo tranquilo.
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Recorrido longo
Este percurso começa no pequeno povoado de La Playa, pertinho da fronteira com Honduras. Nele, você seguirá pelo rio Tapacalí até ele se juntar com o rio Comalí, formando o rio Coco (fique atento para seguir o fluxo. No encontro dos rios, siga para a direita).
A partir do encontro, siga mais uns 15 a 20 minutos até chegar ao ponto onde começa o recorrido médio. Aí basta seguir o rio por dentro do Cânion.
O tempo para fazer este recorrido é de umas 5 horas.
O que levar?
- Sapatos ou botas que possam molhar. Não é recomendável fazer a trilha com chinelo ou sandálias;
- Protetor solar;
- Câmera à prova d’água (nós levamos uma que não era; foi sofrido);
- 2 litros de água por pessoa (se possível, leve um galão pela metade, assim ele vai flutuando e fica mais fácil transportá-lo no rio);
- Boia ou colete salva-vidas;
- Algo de comida;
- Dinheiro em algum lugar impermeável;
- Se for sozinho e tiver, leve um GPS por via das dúvidas.
Conhecendo o cânion por conta própria
Antes de seguir por conta própria, considere alguns pontos:
- Verifique as condições do rio antes de ir. Fomos em maio e foi tranquilo. Dizem que nos meses de outubro a correnteza é muito forte, e mesmo os tours guiados não são recomendados.
- Vários pontos só podem ser atravessados por dentro do rio, e nem sempre da pé. É preciso saber nadar, ou ter uma boia/colete salva-vidas.
- Lembre-se também que você terá que nadar com sapatos, com a mochila e com sua garrafa de água.
- Em uma parte é preciso saltar para o rio de uma pedra de cerca de 1 metro de altura.
- Depois que começar o percurso, não dá mais para voltar.
No nosso caso, a Michele não sabe nadar, e iríamos fazer somente o percurso curto mesmo. Porém, depois de saber que a vista do curto é bem limitada, começamos a analisar a possibilidade de fazer o percurso médio.
Encontramos no supermercado de Somoto aquelas boias tipo macarrão por 35 córdobas, e decidimos que, com aquilo, conseguiríamos fazer sem guia. Afinal, seria só seguir o rio: o que poderia dar errado?
Compramos duas (já tínhamos uma antiga) e fomos confiantes. Não levamos mochila, mas sim uma sacola com comidas e a bolsa da nossa câmera profissional, amarrada em um dos macarrões (péssima ideia, mas no fim deu tudo certo).
Salvo se tiver uma bolsa impermeável, esqueça a ideia de levar toalha ou roupas secas.
Tudo organizado, seguimos. Pegamos o ônibus às 9h da manhã, e pedimos para o motorista nos deixar na entrada do percurso médio. Ele nos deixou em frente a uma escola. Ali, fique atento: há uma placa indicando para voltar por uma rua de terra, mas isso te leva à entrada do percurso curto. Você deve seguir uns 200m mais pela estrada principal até chegar a uma estrada de terra, que entra à direita.
Seguimos por esta estrada de terra por pouco mais de 1km, até chegar a uma encruzilhada. Ali abrimos o portão e entramos em uma propriedade particular (se tiver dúvidas, vá perguntando aos moradores). Seguimos a trilha por mais uns 20 minutos até chegar ao rio.
Os primeiros 20 minutos no rio são tranquilos, e dá pra ir caminhando mesmo. Logo você chegará ao Cânion, e aí não tem o que fazer: tem que nadar mesmo. Como estávamos com as boias, era só relaxar e deixar que a pequena correnteza nos levasse.
De tempos em tempos era preciso cruzar algumas pedras caminhando, mas não havia muito segredo. Só é preciso tomar cuidado em alguns momentos, quando pequenas correntezas se formam no meio das pedras.
Em um momento é preciso atravessar uma grande pedra, e para voltar ao rio tem que saltar de uma altura de 1 metro. Para quem não sabe nadar, esta é a parte mais complicada. O bom é que não tem correnteza, então eu consegui ficar esperando embaixo enquanto a Michele pulava. Descer a câmera e a sacola com as comidas foi um pouco complicado, mas deu tudo certo.
Umas 3 horas depois de admirar essas belíssimas paisagens, encontramos o ponto até onde chegavam os barcos. O barqueiro já estava voltando e nos ofereceu uma carona grátis pelos próximos 400 metros (depois demos 30 córdobas de gorjeta para ele).
Do ponto onde ele nos deixou, bastava seguir a trilha. Foi preciso cruzar o rio mais duas vezes, mas neste ponto é tudo raso.
Logo encontramos uma comunidade e uma estradinha de pedra que nos levava até a estrada principal. Aí passamos na portaria, mas não havia ninguém mais para nos cobrar.
Acenamos para o primeiro ônibus que passou e chegamos a Somoto por volta das 16 horas.
É isso pessoal! Não deixem de colocar o Cânion de Somoto em seu roteiro pela América Central!
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Um comentário sobre “Conhecendo o Cânion de Somoto sem gastar quase nada (Nicarágua)”
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