Quando se fala em Mianmar, a primeira imagem que vem na cabeça de muitas pessoas é Bagan, com seus inúmeros templos que despontam em meio às árvores, tudo isso acompanhado por centenas de balões que cobrem o céu. Nós fomos até lá, e aqui mostramos para vocês como é!
Câmbio oficial (out/2018)
1 real = 397 quiates
1 dólar = 1525 quiates
1 euro = 1759 quiates
Uma tradição antiga do Mianmar fazia com que sua capital fosse trocada a cada novo reinado. Por isso é muito comum, para aqueles que visitam o país, escutarem em diversos lugares diferentes a frase: “esta cidade foi a capital do Mianmar no passado”.
Bagan foi uma dessas capitais. Durante seu auge, que ocorreu entre os séculos XII e XIII, a cidade se tornou um dos mais importantes centros cosmopolitas de estudos budistas, atraindo monges e estudantes de regiões vizinhas, como Sri Lanka, Índia, Reino de Sião (atual Tailândia) e Império Khmer (atual Camboja). Neste auge, milhares de templos e pagodes, dos mais diversos tipos e tamanhos, foram erguidos. Hoje estima-se que existam pouco mais de 3 mil que resistiram ao tempo.
O declínio de Bagan veio em 1287, quando a cidade foi invadida e saqueada pelo exército mongol. O rei e muitos habitantes abandonaram a cidade, mas ela continuou sendo um importante centro de estudos budistas.
Por que Bagan não é UNESCO?
Por mais impressionante que possa parecer, o sítio arqueológico de Bagan não é reconhecido pela UNESCO. Isso porque a junta militar que governava o país restaurou as ruínas sem respeitar as regras de arquitetura do passado. Ou seja: o que se vê hoje não é uma reprodução do que Bagan era antigamente, mas sim uma réplica mal feita usando materiais modernos. Não é raro você entrar em um templo que parece ter saído do filme Indiana Jones e se deparar com uma estátua do Buda feita de gesso e pintada com tinta acrílica.
Além disso, permitiram a construção de um campo de golfe, hotéis de luxo, estradas e uma torre de observação dentro do sítio arqueológico.
Nós visitamos bem em uma época que estava rolando uma reforma geral e ficamos bem decepcionados. Praticamente todos os templos importantes estavam rodeados por andaimes, e o acesso para os turistas estava bem restrito (ou seja, nada de subir para ver nascer ou pôr do sol). Não sabemos se após as reformas vão liberar o acesso de novo ou não.
Como chegar?
A cidade usada como base para conhecer as ruínas de Bagan é Nyaung-U, que está a cerca de 10 quilômetros do sítio arqueológico.
Nyaung-U possui um aeroporto, estação de trem e rodoviária que conectam com praticamente todo o restante do país. Os ônibus de/para os destinos mais famosos são: Mandalay (9 mil quiates, 5 horas), Yangon (15 mil, 9 horas) e Kalaw/Inle Lake (12 mil, 6 horas).
A estação de ônibus está perto da estação de trem, a uns 7 quilômetros da cidade. Um táxi de lá para o centro tem valor tabelado de 6 mil quiates. Uma moto sai por 2 mil. Não existe transporte público. Se for viajar de ônibus, vale a pena negociar um transfer para te buscar no hotel (geralmente se consegue isso de graça, mas tem que pedir).
Hospedagem
Encontramos hospedagens em Nyaung-U a partir de 13 dólares em um quarto de casal. Vale a pena consultar o Booking, Hoteis.com e o Agoda, pois o preço às vezes varia bastante de um para o outro.
A cidade em si não tem muita coisa, por isso não há exatamente uma região melhor ou pior para se hospedar. Os restaurantes mais turísticos e com pratos ocidentais se concentram na rua Thi Ri Pyitsaya 4st. Se você gosta de sair a pé para comer e não se dá muito bem com a comida do Mianmar, pode considerar se hospedar perto dessa rua.
Entrada
A entrada para Bagan pode ser paga em dólares ($20) ou em moeda local (25 mil quiates). Na época em que visitamos, valia mais a pena pagar em quiates.
Esta entrada é válida por 5 dias. Você será cobrado assim que chegar na cidade, em um posto de controle que tem na estrada.
Como se deslocar?
A opção mais econômica e mais usada para conhecer as ruínas de Bagan é alugando uma moto elétrica. Essas motos levam até duas pessoas e têm autonomia para andar uns 40 quilômetros. Se você rodou até a sua bateria chegar perto do fim, geralmente deixam você trocá-la por outra moto com a bateria carregada, sem custo adicional. Nós demos um rolê pela manhã, voltamos para almoçar, trocamos a moto e passeamos pela tarde.
No começo da avenida que leva para as ruínas há vários comércios alugando estas motos. Eles costumam abrir às 4h (para aqueles que querem ver o sol nascer) e deixam devolver até às 20h. A maioria dos hotéis também aluga. O preço fica na faixa dos 6 a 8 mil.
O lugar onde nós alugamos a nossa foi este:
Eles não costumam pedir depósito, passaporte, carteira de motorista nem nada. É só pagar e levar a moto. Acho que a malícia do ser humano ainda não chegou por estes lados…
Há a opção de alugar bicicletas simples (na faixa de 2 mil), embora não seja muito recomendável, pois o calor e o sol são de matar, e alguns caminhos são de areia, difíceis de pedalar nessas bicicletas. As mountain bikes são absurdamente caras: na faixa dos 15 dólares por dia.
Há também a opção de fazer em táxi ou tuk tuk. Neste caso o ideal é negociar bem o tempo e os lugares que pretende visitar para não ter problemas.
Outra opção, para aqueles que têm uma graninha sobrando, é sobrevoar Bagan em balão: eles saem no nascer do sol e a brincadeira custa a partir de 330 dólares. Confira antes se as condições climáticas estão favoráveis para a saída dos balões (eles costumam operar entre os meses de outubro e março). As empresas que fazem os voos são: Balloons Over Bagan, Golden Eagle Ballooning e Oriental Ballooning.
Vendedores
Em frente a quase todos os templos há vendedores, e às vezes eles são um tanto inoportunos (para tentar vender algo, eles grudam em você e não largam mais). Até quando você está andando de moto acontece de chegar outro motoqueiro e tentar te vender alguma coisa em movimento mesmo.
Vá preparado para dizer “não” algumas centenas de vezes. Mas não seja mal educado com eles. Afinal, eles precisam ganhar a vida. E, caso esteja interessado em comprar alguma lembrancinha, os preços nos pareceram bastante justos.
Visitando Bagan
Bagan se espalha por uma área de 41 km². Se você quiser visitar bem cada templo e cada pagode da região, pode se preparar para passar uma semana por lá. Mas, como os lugares são meio repetitivos e nem todos estão bem cuidados ou são acessíveis, dá para resumir o passeio todo em 1 ou 2 dias, visitando somente os principais. Nós fizemos tudo em um dia só.
Recomendamos baixar o aplicativo Maps.Me, pois ele tem mapeado quase todos os templos, as vias de acesso e também traz dicas de lugares onde ainda é permitido subir para ver o nascer ou o pôr do sol.
Aqui estão os locais que visitamos:
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Templo de Ananda
Este é o templo mais bonito e mais bem restaurado de Bagan. Provavelmente se encaixa na lista daqueles criticados pela UNESCO por não respeitar a arquitetura da época. Mas, para nós, leigos no assunto, vale muito a visita.
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Templo Dhammayangyi
Este é o maior e o mais imponente templo de Bagan. Geralmente são dele as fotos mais icônicas do sítio arqueológico. Segundo lemos, no passado este templo era bastante semelhante ao de Ananda (o que é difícil de acreditar hoje em dia, considerando a diferença gritante no estado de conservação dos dois).
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Templo Thatbyinnyu
Este templo, apesar de não ter sido completamente restaurado como o de Ananda, ainda apresenta coloração branca. Estima-se que tenha recebido uma pequena restauração por volta de 1790.
É um dos maiores templos de Bagan e sempre foi utilizado para fins religiosos.
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Templo Sulamani
Este é provavelmente o templo mais visitado de Bagan. Foi o único onde nos pediram as entradas.
Sua fama se explica porque, no passado, era possível subir ao terraço e ter uma vista bonita de toda a região. Hoje em dia não se permite mais subir.
As paredes em seu interior são pintadas com desenhos (alguns tão mal restaurados que chegam a ser cômicos).
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Shwe San Daw
É um pagode que foi bastante visitado por oferecer, segundo dizem, o melhor pôr do sol de Bagan. Mas o acesso ao topo deste também foi fechado, e tudo o que resta para fazer é admirá-lo do lado de fora. Mesmo assim, vale a visita.
Ao lado do Shwe San Daw há um templo que guarda uma estátua gigante do Buda deitado.
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Pya that gyi
Relativamente pouco visitado, este templo é um pouco diferente dos demais: seu formato é um quadradão mesmo, parecendo até uma caixa de sapatos.
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Templo Htilominlo
Não é dos mais bonitos nem dos mais impressionantes, mas vale a visita, nem que seja só para tirar umas fotos do lado de fora.
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Tha Beik Hmauk Gu Hpaya
Outro templo que não é dos mais impressionantes, mas merece uma visita rápida.
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Pagode Shwezigon
Este fica localizado na cidade de Nyaung-U e é bastante utilizado pelos locais para fins religiosos. Trata-se de um enorme pagode dourado.
Dependendo de onde você estiver hospedado, poderá visitá-lo a pé.
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Vistas panorâmicas
Ter uma vista panorâmica de Bagan se tornou uma missão complicada desde que restringiram o acesso aos andares superiores dos templos.
Ainda encontramos um templo pequeno onde se pode subir, e dois cerros baixinhos (bem baixinhos mesmo) de onde se pode ter uma vista interessante.
Os cerros estão marcados como Amenaged View Point Hill e Sunset Mound no Maps.Me. O templo não tem nome, mas está perto do Alodawpye Paya.
Eles estão localizados nos pontos azuis do mapa abaixo:
E aqui algumas fotos que se pode obter deles:
É isso, pessoal! Espero que tenham curtido conhecer mais este destino com a gente!
Aqui está um vídeo que fizemos mostrando como é Bagan:
Não deixem de ler nosso post completo com todas as dicas para viajar pelo país:
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Estamos aqui fazendo nosso roteiro para o Myanmar e devorando TODAS as dicas de vocês! MUITOOOO obrigada!
Amo vcs!
Genteeeee do céu! Deve ser a coisa mais lindo do mundo, mas é meio caro esse voo de balão né? Paguei USD 75,00 em Luxor no Egito e pronto. Já tive minha primeira experiência para contar…rs.
Imagina quanta cerveja não se bebe com uma grana dessas!?
Brincadeirinha…para quem não viaja com um budget apertado deve valer super a pena!
Bjão!!!
Nós vamos deixar pra andar de balão no Egito então, ou na Capadócia. A galera perdeu a noção em Bagan!
Mas capaz que lá vale a pena pedir. Uma empresa até nos respondeu, mas disse que não dava porque tava em época de ventos. Quem sabe vcs não dão sorte 😀