O Myanmar possui uma boa malha ferroviária que atende os principais pontos turísticos do país. Viajar de trem por lá pode ser uma experiência bem interessante!
Câmbio oficial (out/2018)
1 real = 425 quiates
1 dólar = 1590 quiates
Yangon, Bagan, Inle Lake, Mandalay, Hsipaw, Bago, Mawlamyine: todos estes destinos turísticos do país estão interligados por estradas de ferro, além de algumas praias mais ao sul que não tivemos a oportunidade de visitar.
Aqui estão algumas vantagens e desvantagens de se viajar desta forma:
Vantagens
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O preço de uma passagem de trem é bem inferior ao do ônibus;
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A experiência de trem é bem mais autêntica: você verá mais pessoas locais e mais paisagens de campo do que se viajasse de ônibus;
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As estações ferroviárias das cidades costumam ser mais bem localizadas do que as de ônibus.
Desvantagens
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As viagens demoram bem mais; às vezes até o dobro do tempo de ir de ônibus;
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Os horários dos trens são bem limitados. Às vezes só sai um trem por dia para o seu destino;
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Não é possível comprar a passagem com antecedência; tem que ir cedo no dia da viagem e comprar (às vezes deixam reservar no dia anterior).
A questão do conforto é discutível. Os assentos da classe superior do trem são tão (ou até mais) confortáveis do que os de um ônibus leito, e ainda são mais baratos do que um ônibus convencional. O problema é que geralmente os vagões são velhos e não possuem ar condicionado, o que te obriga a viajar com a janela aberta. Se for viajar de noite, prepare-se para sofrer com os mosquitos.
Ah, em uma das viagens vimos ratos correndo pelos vagões, portanto guarde bem as comidas.
O fato da viagem de trem demorar mais, às vezes, pode ser uma vantagem. O horário dos ônibus noturnos costuma ser ruim: muitas vezes saem cedo (por volta das 19h) e chegam de madrugada ao destino. Nesses casos, pegar um trem que chega um pouco mais tarde pode ser interessante.
Comprando a passagem
Poucos estrangeiros viajam desta forma e, com exceção da estação de trem de Yangon, você provavelmente não verá nenhum painel anunciado em inglês. Os destinos, preços e horários são no idioma deles (que usa uma grafia diferente da nossa, inclusive para os números). Mas, para nossa surpresa, os atendentes sempre falavam inglês (pelo menos o básico). E, caso tenha dificuldades na comunicação, alguém aparecerá para ajudar.
As passagens são vendidas no dia da saída do trem. Se quiser comprar uma cama, é bom passar cedo lá para garantir. Na estação de Mawlamyine e na de Bagan eles toparam reservar nossos lugares no dia anterior, mas em Mandalay não teve jeito.
Preços
Nacionais e estrangeiros pagam o mesmo valor nas passagens de trem. Em geral, a classe superior custa cerca do dobro da ordinária, e a classe cama (quando disponível) custa quase 3x o valor da ordinária.
Como referência, os valores da viagem de Mandalay para Yangon (14 horas de viagem) são:
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Classe ordinária: 4300 quiates;
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Classe superior: 9500 quiates;
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Classe cama: 12700 quiates.
Um ônibus faz este mesmo trecho por 12 mil quiates, e a viagem dura cerca 8 horas.
Agora, uma coisa que você precisa cuidar é com o jantar: nisso, sim, eles metem a faca sem dó nos estrangeiros. Não sabemos se foi malandragem dos funcionários ou se o governo impõe menus com preços diferentes para os turistas, mas a verdade é que pagamos caríssimo em uma janta na viagem de Mandalay para Yangon. Um funcionário apareceu e perguntou o que queríamos jantar, mas ele não falava absolutamente nada de inglês. Nos mostrou um menu que não tinha os preços. Não nos importamos muito com isso, pois no Myanmar os menus geralmente não possuem preço, e depois eles cobram o valor justo.
Bom, não foi o caso deste: depois de comermos um prato pequeno de arroz com frango, a conta veio: 7 mil quiates por pessoa (isso dá quase 20 reais). Nunca pagamos tão caro assim na Ásia, exceto nas vezes que íamos a lugares chiques. Percebemos que todos os locais pagaram 2 mil quiates na mesma comida. Mas já não tinha mais como discutir.
Esta foi a única vez em que fomos explorados no Myanmar.
As classes
Na classe ordinária, os bancos são de plástico ou de madeira, e raramente possuem algum tipo de acolchoado. Também são mais apertados, e você costuma viajar de frente com outra pessoa.
A classe superior já oferece bancos bem confortáveis, que reclinam bastante e possuem até apoio para os pés. Cada fileira tem três bancos: dois de um lado e um do outro (igual aos ônibus leito).
A classe de cama nem sempre está disponível, mas basicamente possui camarotes com 2 ou 4 camas.
Os vagões são iguais: sem ar condicionado e com ventiladores que nem sempre funcionam. Dizem que às vezes você pode dar sorte e viajar num vagão novo, com ar condicionado e tudo mais, mas nunca aconteceu conosco.
Vendedores
Muita gente entra nos trens vendendo comida, refrescos e petiscos. Se você pretende comer a comida destas pessoas, recomendamos que compre logo que tiver a oportunidade. Fizemos uma viagem de um dia inteiro de Mawlamyine para Yangon com a intenção de almoçar no trem. Passavam tantos vendedores que ficamos tranquilos. Mas, sabe-se lá por que, quando deu meio dia todos os vendedores sumiram de vez. Só conseguimos comer de noite, quando finalmente chegamos a Yangon.
Banheiro
Os trens possuem banheiros, e estes banheiros são, literalmente, um buraco no chão. Você vê os trilhos do trem passando lá embaixo (portanto, cuidado com o celular). Usá-los não é uma missão das mais fáceis, já que o trem chacoalha muito. Se estiver com dor de barriga, esqueça.
Aqui está um vídeo onde mostramos como foi nossa viagem de trem de Mawlamyine para Yangon:
É isso, pessoal! Não deixem de ler nosso post completo com todas as dicas para viajar pelo país:
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