Como fizemos para ir de Pequim a Ulan Bator da forma mais econômica possível.
Câmbio oficial (jul/2019)
1 dólar = 6,87 yuan (dinheiro chinês)
1 euro = 7,76 yuan
1 real = 1,79 yuan
1 dólar = 2.660 MNT (dinheiro mongol)
1 euro = 3005 MNT
1 real = 693 MNT
A Mongólia ainda é um país pouco visitado por brasileiros. As principais razões para isso são as poucas informações que se encontra na Internet e os voos caros. Mas, caso você esteja fazendo uma longa viagem pela Ásia, vale muito a pena dar um pulo por lá.
Há trens caríssimos que partem direto desde Pequim até Ulan Bator (a capital da Mongólia). Quando pesquisamos a respeito, vimos que o preço das passagens neste trem passava dos 200 dólares. Mas você pode fazer este mesmo trajeto gastando menos de 50 dólares.
Aqui está como fizemos:
Pequim – Erlian
O primeiro passo é chegar na cidade fronteiriça de Erlian (alguns mapas a chamam de Erenhot). Há duas opções: ir de trem ou de ônibus.
Os trens partem da estação central de Pequim às segundas, terças e quartas, e a passagem custa em torno de 147 yuan (22 dólares americanos). Você viaja em uma cama num camarote para 4 pessoas. O trem parte às 7h30min e chega a Erlian pouco depois das 20h.
Nós viajamos no trem da quarta-feira. Este é o lendário transiberiano, e seu destino final era Moscou. Nos mesmos camarotes que nós estavam pessoas que pagaram os 200 dólares para seguir até Ulan Bator.
Outra opção é ir em ônibus: eles partem do terminal às 18h e chegam a Erlian no dia seguinte por volta das 6h. A passagem custa entre 180 e 200 yuan (26-29 dólares).
Erlian
Caso precise dormir em Erlian, é provável que alguém venha te oferecer hotel na saída da estação. De qualquer forma, não é difícil encontrar hospedagem por lá. Nos arredores da estação de trens há vários hotéis que aceitam estrangeiros.
Nós ficamos em um que ficava bem na frente da estação. O quarto para duas pessoas custou 60 yuan (9 dólares). Não era nem de longe um hotel bom, mas era só para passar a noite mesmo.
Perto de Erlian há um destino turístico onde você pode ver alguns ossos de dinossauro, mas nós não fomos até lá.
Cruzando a Fronteira
A cidade de Zamiir Uud (Mongólia) está a apenas 9 quilômetros de Erlian. Mas, infelizmente, é preciso cruzar esta fronteira de ônibus ou em uns jipes especiais. Isso porque a área de imigração da Mongólia é considerada zona militar, e não é possível caminhar por lá e nem entrar em veículos que não são autorizados.
Há um ônibus que sai do terminal de Erlian às 11h30min para Zamiir Uud, e a passagem custa 40 yuan (pouco menos que 6 dólares). Caso não consiga pegar o ônibus, outra opção é cruzar em jipes. Na frente da estação de ônibus há várias pessoas oferecendo. Dizem que o preço normal é 60 yuan por pessoa, mas nos ofereceram por 50 yuan.
Nós fomos de ônibus mesmo. Foi bem tranquilo, embora a forte presença de militares dê um ar um tanto tenso ao local. Primeiro entrou um soldado chinês no ônibus e pediu para conferir o passaporte de todo mundo. Então seguimos para fazer a saída da China. Aqui passamos as mochilas no raio-x e entramos na fila para carimbar a saía. Como havia apenas um guichê atendendo, demoramos cerca de 30 minutos. O ônibus nos esperava do outro lado do prédio de imigração.
Então nos dirigimos para a Mongólia. Lá, mesma coisa: desce as mochilas, faz a imigração (foi mais rápida e não nos perguntaram absolutamente nada) e passa as bagagens no raio-x. Nós esquecemos de passar as nossas e ninguém se importou.
Na saída da imigração há alguns caixas eletrônicos, caso queira sacar dinheiro já. Se não, pode sacar na cidade mesmo.
Feita a imigração, saímos em uma zona que parecia de guerra, com vários prédios abandonados e alguns destruídos. Aqui pegamos nosso ônibus de novo e seguimos para Zamiir Uud. No trajeto, dois soldados conferiram os passaportes.
Levamos menos de 1h para fazer todo o procedimento.
Zamiir Uud
Zamiir Uud não é uma cidade interessante, e quase ninguém passa a noite aqui. O ônibus te deixará ao lado da estação de trens. Aqui há um trem que segue direto para Ulan Bator. A passagem custa apenas 9 dólares, e o trem sai às 18h, chegando a Ulan Bator na manhã do dia seguinte.
Dentro da estação de trens há uma agência bancária onde você pode trocar dinheiro (chinês, dólares ou o que for) por uma cotação bem justa.
Ao lado da estação há uma pequena praça, onde há restaurantes, supermercados e caixas eletrônicos. Nós almoçamos em um restaurante simples, e já percebemos a diferença absurda entre a comida mongol e a chinesa: enquanto no país anterior você gastava uma fortuna para comer pedaços generosos de carne, aqui é justamente o contrário. Um prato servido com carne, arroz e batatas sai por menos de US$2,50, enquanto um prato carregado de salada pode custar o dobro disso.
Nossa intenção era tentar ir de carona para Ulan Bator. Mas, como ainda não tínhamos reservado hotel nem nada por lá, decidimos passar esta noite em Zamiir Uud. Encontramos um hotel perto da estação de trens onde pagamos 40 mil MNT (15 dólares) num quarto de casal. Hotel ok.
De carona – Zamiir Uud até Ulan Bator
Há um movimento razoável na estrada de Zamiir Uud até Ulan Bator. Isso porque muitas pessoas vão até a China comprar produtos.
Nós não queríamos caminhar todo o caminho até o começo da estrada, então tentamos carona neste ponto:
O Google Maps é meio ruim para mostrar as ruas na Mongólia, mas nós caminhamos cerca de 2 quilômetros da estação de trens até este lugar.
Então começamos a esticar o polegar. Não sei se demos sorte, mas o segundo carro que passou já parou e nos levou. O motorista não falava absolutamente nada de inglês. Usamos o Google Translate para explicar. Convém perguntar se o cara vai cobrar ou não, pois há muitos táxis clandestinos no país. Nós explicamos que não queríamos pagar nada e ele aceitou.
A estrada até Ulan Bator é boa (com um ou outro trecho ruim), e a viagem dura em torno de 7 horas. Mas nós pedimos para descer no caminho, em uma cidade chamada Choir, pois queríamos conhecê-la.
Nesta cidade vivemos outra aventura bem interessante, mas isso fica para outra postagem.
Então, até a próxima!
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Aquele prato cheio de comida pareceu muito bo
m ! Juntando a fome com a vontade de comer, então fica irresistível! eh eh eh
Olá casal, boa tarde!
Como vocês informaram, a Mongólia não exige visto para brasileiros, porém li uma informação que isso só é válido para entradas aéreas. Vocês tiveram que tirar visto mongol para entrar por terra ou apenas mostraram o passaporte na fronteira?
Eu vou fazer o trajeto oposto de vocês. Vou entrar por Xinjiang e sair por Erlian. Vocês acham que posso encontrar alguma dificuldade por passar essas duas fronteiras no sentido inverso?
Muito obrigado!