Localizado no extremo sul da patagônia chilena, o Parque Nacional Torres del Paine atrai milhares de turistas todo o ano. Este é, segundo muitos guias de viagens, o melhor Parque Nacional da América do Sul e um dos destinos mais lindos do planeta.
Tivemos o privilégio de passar por aqui, e vamos compartilhar um pouco das nossas impressões com vocês!
Referência (jan/2016)
1 real = 178 pesos chilenos
Nossas impressões sobre o parque
Antes de explicarmos como funciona o parque, vamos falar de qual foi nossa impressão ao passar por ele.
Não há dúvidas de que a beleza do lugar é impressionante, mas achamos que há um certo exagero na propaganda que fazem dele. Há vários outros parques nacionais na região (tanto na Argentina quanto no Chile) com beleza igual ou até superior às Torres del Paine (acabávamos de vir de El Chaltén, e ali nos encantou muito mais).
O parque possui uma forte estrutura turística, com hotéis luxuosos cheios de europeus tomando as caríssimas cervejas que vendem ali (o Lonely Planet considera isso um ponto positivo – para nós, isso estraga a aventura). Quero dizer, você caminha quase 20 km no meio do mato esperando entrar em contato com a natureza selvagem e dá de cara com um hotel com toda infraestrutura? Enfim…
Além disso, o parque é cheio de regras, assim não dá para seguir tranquilo e apreciando a natureza (até dá pra entender, considerando que turistas relaxados já botaram fogo no parque, mas algumas regras nos pareceram somente para favorecer os campings particulares).
Por exemplo, há alguns campings grátis no parque, mas só se pode acampar lá se tiver reserva (mesmo que o lugar esteja vazio) e é proibido acampar mais de um dia no camping gratuito. Gostou muito do lugar e quer ficar um dia mais? Pois vá para o camping pago. Está chovendo e não dá para ver nada? Melhor seguir assim mesmo, senão vai perder a sua reserva no camping gratuito e terá que pagar uma noite mais. Não quer caminhar? Pois pague uma excursão de barco ou cavalo para chegar aos lugares mais longe. Além disso, a entrada ao parque custa o absurdo valor de 18 mil pesos (pouco mais de 100 reais).
Listados os pontos negativos, vamos agora aos positivos (que não são poucos): a beleza da região é impressionante, principalmente se tiver sorte de pegar dias de sol. Por ali também é possível avistar vários animais, mesmo com a quantidade enorme de pessoas que caminham todos os dias. Se for se aventurar em fazer o Circuito O, vai disfrutar de mais tranquilidade, já que caminho é bem menos frequentado que o famoso Circuito W.
Ok, vamos ao que interessa:
Circuito O ou W?
Há dois curcuitos clássicos para percorrer o parque: o W, que é mais curto e visita as principais atrações, e o O, que passa pelos lugares do W e mais a parte de trás das montanhas. Em geral o circuito O toma de 7 a 9 dias, e o W de 3 a 5 (nós, com nosso passo lento, levamos 1 semana para fazer o W. Afinal, pressa é o que menos temos por aqui).
Não chegamos a fazer o O porque acabou a comida (e comprar por lá é caríssimo) e também a nossa força nas pernas, mas quem faz diz que vale a pena, principalmente pela vista que se tem dos glaciais.
As informações que encontramos dos circuitos na internet não eram muito claras, por isso vamos tentar detalhar bem aqui para ajudar quem for para lá a decidir o caminho:
O parque sofreu algumas pequenas mudanças e é difícil encontrar um mapa atualizado (mesmo no site oficial). Vamos explicar o que mudou em relação ao mapa acima:
- O Acampamento Britânico não existe mais.
- Há um acampamento novo, chamado Acampamento Francês, a meia hora de caminhada do Italiano, indo sentido a Los Cuernos.
- O acampamento Las Carretas está desativado, mas ainda se pode acampar e cozinhar ali. Não tem banheiro e nem guarda-parque no local.
O seguinte mapa mostra como são os circuitos:
- O Circuito W está pintado em vermelho.
- O Circuito O é o W mais a parte pintada em amarelo.
- O trecho pintado em verde é o que chamam de “Circuito Extendido”. É uma caminhada de cerca de 8h para quem não quer pegar o catamarã para sair do parque (pintado em roxo). Se tiver tempo, faça este caminho. Além da economia (são 15 mil pesos o catamarã), este trecho oferece belas vistas das montanhas.
- O trecho em marrom é uma estrada de cerca de 9km. É possível fazê-la caminhando, de carona ou pegar um ônibus (3 mil pesos).
Os ônibus que vem de Puerto Natales podem te deixar em algum destes três pontos: no começo do caminho marrom (para pegar o outro ônibus), no roxo para pegar o catamarã ou no verde para fazer a caminhada extendida.
Os circuitos podem ser feitos em qualquer sentido, porém se recomenda fazer o O em sentido anti-horário, já que há uma subida complicada para quem fizer no sentido inverso.
Para o W dá na mesma. Se fizer começando pela esquerda, há mais chances de conseguir reservar os acampamentos gratuitos (já que menos gente faz este sentido) e também se caminha com vistas mais bonitas.
Como chegar às Torres del Paine
A cidade base para seguir para as Torres é Puerto Natales, que fica a cerca de 100km do parque. De lá é possível pegar um ônibus, excursão, pedir carona ou seguir com seu carro próprio.
Preços:
- Entrada no parque: 18 mil pesos (pouco mais de 100 reais).
- Ônibus de Puerto Natales: de 7 a 8 mil o trecho (depende da companhia e se comprar ida e volta tem desconto. Em geral vendem a volta com a data aberta).
- Catamarã: 15 mil o trecho.
- Ônibus que recorre o trecho em marrom: 3 mil o trecho.
- Campings pagos: de 5 a 8 mil pesos por pessoa, dependendo do camping. Se não tiver barraca, eles alugam por cerca de 10 mil pesos. Também alugam sacos de dormir (6 mil) e isolantes (2 mil).
- Hotéis: algo entre 50 e 100 dólares em quarto compartilhado.
- Comida: caríssima. Leve tudo o que for comer. Uma latinha de cerveja por ali custa mais de 15 reais. Um café-da-manhã, algo em torno de 50 reais.
Reservas:
O esquema das reservas para os campings grátis funciona mais ou menos assim: em cada uma das entradas e nos próprios campings públicos há um número limitado de vouchers de reserva. Se você chegar tarde no parque e for entrar pela entrada principal, é bem possível que digam que não há mais vagas (pois os vouchers dali acabaram), mas outra pessoa que vem por um sentido diferente pode conseguir a reserva mesmo chegando mais tarde.
Para reservar, não há necessidade de fazer um registro nem nada. Por isso, você pode reservar todos os acampamentos possíveis adiantado, e se mudar os planos no meio do caminho pode ir alterando a data da reserva sem problemas (dependendo da disponibilidade).
************NOTA (25/08/2016)************
Fomos informados que, a partir do fim de 2016, será necessário reservar todos os acampamentos com antecedência pela internet. As reservas dos gratuitos (e os links para reservar os pagos) podem ser feitas por aqui:
http://www.parquetorresdelpaine.cl/es/sistema-de-reserva-de-campamentos-1
Entrada:
A entrada é válida para todos os dias (não importa se você ficar 1 ou 20 dias no parque). Se quiser sair e entrar no parque novamente, é possível fazer isso pelos primeiros 3 dias.
O que levar:
- Uma barraca boa: em alguns lugares costuma ventar muito, e não é incomum o pessoal ficar desabrigado porque sua barraca quebrou ou rasgou.
- Saco de dormir para pelo menos 0 graus: mesmo no verão, a temperatura pode cair bastante à noite (chegamos a pegar 0 graus dentro da barraca). Se não tem, pode valer a pena alugar um.
- Isolante térmico: compre um mais técnico, para frio. Aqueles finos que costumam vender no Brasil não servem para nada aqui. Em Puerto Natales vende uns bons da Doite por menos de 50 reais.
- Comida: leve comida para todos os dias.
- fogareiro portátil: é a única coisa permitida para cozinhar. Lá não há fogão em nenhum lugar e é proibido fazer fogueira.
- Papel higiênico: poucos campings oferecem este luxo.
Aqui está a lista de comida que levamos:
- Leite em pó para fazer 2 litros (faltou. O ideal seria ter levado 3 litros).
- 1 pacotinho de Nescau
- 500 gramas de aveia
- 500 gramas de carne de soja seca
- 500 gramas de pão árabe (são uns pães fininhos que nós mesmo fizemos. Pegamos essa dica com alguns alpinistas mais experientes que conhecemos. Depois fazemos um post com a receita!)
- 6 pacotes de macarrão (calculamos 1 para cada dia).
- 6 pacotes de sopa instantânea (1 para cada dia).
- 24 barras de cereal (2 para cada dia/pessoa).
- 30 chocolates em barra (levamos de sobra porque estava muito barato!).
- 300g de frutas secas (banana e uvas passas).
- 1 pacote de 1kg de amendoim.
- 100g de cebola desidratada.
- 100g de alho em pó.
Nosso plano inicial era ficar apenas 6 dias, mas no meio do caminho fomos encontrando comida que o pessoal deixa para trás, e com isso conseguimos esticar um pouco nossa estadia por lá!
Para a comida, uma boa dica é ir no mercado Itahue, na rua Esmeralda 455. Lá vendem frutas e verduras desidratadas, sementes e carne de soja, o que pode ser uma boa para diminuir o peso. Parra comprar barras de cereal e chocolate, procure o mercado Don Bosco. As barras de cereal custavam menos de 1 real, e os chocolates (compramos da marca Doblon) menos de 50 centavos.
Nosso roteiro:
Nós fizemos o W da direita para a esquerda e o caminho extendido. Na última pernada (onde se chega ao Glaciar Grey), demos uma esticada e caminhamos uma pequena parte do O, devido à beleza incrível do local.
Seguimos para lá no dia 25/01/2016, e aqui vai um resumo da nossa passagem:
-
Primeiro dia: Puerto Natales – Acampamento Chileno
Depois de passarmos 3 dias em Puerto Natales esperando o clima melhorar, resolvemos seguir às Torres. Acordamos cedo e chovia um pouco, mas a previsão dizia que melhoraria para o dia seguinte. Como iríamos de carona, seria bom ter um dia de vantagem.
Arrumamos as coisas, deixamos algumas mochilas no camping onde estávamos (acampamos no Hostel e Camping Josmar II, próximo à rodoviária. O preço do camping era de 5 mil por pessoa) e caminhamos até a rotatória de entrada da cidade (quem for pedir carona, este é um bom lugar: é onde há a escultura de um millodón – uma espécie de urso pre-histórico).
Não demorou 20 minutos e parou um casal de tailandeses que nos levou. Chegamos até a portaria do parque e seguimos a pequena estrada (marcada de marrom no mapa) até o Hotel Las Torres. Foi só aí que descobrimos que deveríamos ter pago a entrada na portaria! Pensamos que no hotel seria possível pagar, mas não. Não sei se demos sorte ou se o pessoal da portaria só se preocupa com os ônibus mesmo, mas nesta brincadeira acabamos economizando 36 mil pesos! Como já não dava para voltar e pagar, seguimos em frente.
Nossa ideia inicial era acampar no Campamento Las Torres (gratuito), mas como passamos batidos sem saber pela portaria não fizemos a reserva. Acabamos acampando no camping pago Chileno
(no fim das contas acabou saindo de graça também – mais abaixo explico melhor).
A caminhada do hotel até o acampamento Chileno é tranquila, mas por uma subida chata. Ela vai bordeando a montanha por um belo vale que merece algumas fotos.
Chegamos ao acampamento Chileno por volta das 17h, almoçamos e conhecemos dois brasileiros (mãe e filho) que estavam acampando ali também. Passamos a tarde conversando, jantamos, tomamos banho e, quando nos demos conta, já era 10h da noite! Como aqui escurece tarde no verão, o tempo voa.
Fui pagar o camping, mas o caixa já estava fechado. Armamos a barraca, arrumamos as coisas e fomos dormir.
-
Segundo dia – Torres del Paine
Acordamos cedo e fomos caminhar até as famosas Torres del Paine. O dia estava nublado, mas a visibilidade estava boa.
A caminhada até o camping Torres é tranquila (aproveitamos para passar ali e reservar o camping Italiano para o dia seguinte), mas a partir dali há uma subida de 1km cansativa até as Torres del Paine. Levamos cerca de 1h para subir este trecho, e finalmente chegamos às famosas torres, que ficam atrás de um lago.
Confesso que ficamos um pouco decepcionados: as torres têm sua beleza, mas não é nada impressionante. Tiramos algumas fotos e voltamos para o Camping Chileno. Almoçamos e decidimos passar mais uma noite ali.
Fui até o caixa e expliquei que teríamos que pagar o dia anterior também, pois armamos a barraca tarde e o caixa já estava fechado.
O cara do caixa agradeceu a honestidade, disse que muita gente faz isso e no outro dia vai embora sem pagar (pelo que vimos, a organização dos campings é zero), e acabou nem cobrando a noite anterior. Assim, dormimos duas vezes e pagamos apenas uma.
-
Terceiro dia – Acampamento Chileno – Acampamento Italiano
Acordamos com uma chuva fraca, desmontamos a barraca e seguimos caminhando até o Acampamento Italiano. Não demorou muito e a chuva deu lugar a um lindo céu azul. Paramos no meio do caminho para comer um pouco de aveia com leite e frutas secas e aproveitamos o sol para secar a barraca.
Esta caminhada não é difícil, mas é longa e não tem vistas muito interessantes. No meio do caminho, a Michele pisou torto em uma pedra e torceu o pé. Por sorte, logo atrás de nós vinha um fisioterapeuta chileno.
Ele analisou e viu que não havia quebrado nada. Enfaixou o pé dela, deu algumas dicas e nos presenteou com seu bastão de caminhada, para que ela pudesse usá-lo como bengala. Assim, seguimos caminhando a passos lentos.
Chegamos até o Camping Francês e a Michele já estava caminhando bem. Já era perto das 20h, e o camping Italiano estaria a meia hora para frente. Decidimos tomar um banho ali mesmo antes de seguir. Nisso encontramos novamente o fisioterapeuta que nos havia dado o bastão de caminhar e devolvemos para ele. Ele insistiu que ficássemos, mas dissemos que agora já estava tudo bem e não precisaríamos mais.
Seguimos caminhando e chegamos ao Italiano por volta das 21h. Fizemos nosso registro, armamos a barraca, jantamos e fomos dormir.
Quarto dia – Acampamento Italiano – Vale Francês
A partir do acampamento Italiano começa a entrada do ramo do meio do W, pelo vale Francês. Esta caminhada é uma subida de cerca de 3h e te dá uma bela vista das montanhas nevadas da região. De lá também é possível ver a parte de trás das Torres del Paine.
Desmontamos nossa barraca, arrumamos as mochilas e deixamos ao lado do posto do guarda-parque para fazer esta trilha do vale.
Subimos em nosso passo tranquilo e tiramos belas fotos lá de cima. Quem tiver paciência, pode esperar e ver grandes blocos de gelo se desprendendo do topo das montanhas com um estrondo que parece um trovão.
Havia uma trilha ao Mirador Britânico, mas esta está fechada agora (é possível caminhar parte dela somente).
Descemos novamente ao camping e o pé da Michele começou a doer de novo. Explicamos a situação para o guarda-parque e perguntamos se poderíamos dormir ali de novo (só se permite dormir uma vez em cada camping grátis). Ele entendeu a situação e nos deixou passar mais uma noite.
Armamos novamente a barraca, aproveitamos para lavar algumas roupas e encerramos o dia assim.
Quinto dia – Acampamento Italiano – Acampamento Paine Grande
O trecho entre o Acampamento Italiano e o Paine Grande é tranquilo e não tarda mais que 4h. Nossa ideia era de apenas almoçar em Paine Grande e seguir até o Acampamento Grey (no topo da primeira perna do W) neste mesmo dia, mas como a Michele começou a sentir novamente o pé, decidimos não forçar muito.
Chegamos ao Paine Grande pouco depois do meio-dia, armamos a barraca e passamos o resto da tarde por ali descansando. Este acambamento fica a beira do belo Lago Pehoe e oferece belas vistas das montanhas.
Aqui costuma ventar muito e não há árvores para conter o vento. Por isso, procure acampar perto do paredão do morro ao fundo do camping.
Sexto dia – Acampamento Paine Grande – Acampamento Grey
Acordamos cedo (antes das 5h) e fomos para completar a última perna do W. Nossa ideia era chegar até o acampamento Paso, que já fazia parte do Circuito O e é gratuito (para este, não precisa de reserva).
Caminhamos cerca de 5h com as mochilas até chegar ao acampamento Grey, por um caminho que tinha uma bela vista do glacial e foi o trecho mais bonito de todo o passeio (pelo menos na nossa opinião). Almoçamos no Grey e seguimos em frente.
Caminhamos mais umas 3h e passamos por duas pontes “colgantes” (não sei como traduzir isso, mas é aquelas pontes estilo Indiana Jones) e finalmente chegamos ao lado do glacial. O dia estava bonito, e ficamos algumas horas ali observando o glacial e esperando os blocos de gelo caírem no lago.
Neste ponto, decidimos voltar. Já estávamos na metade do caminho até o acampamento Paso, mas o caminho já se complicava e imaginamos que seria difícil percorrer isso tudo no dia seguinte.
Voltamos até o Grey, acampamos, demos uma chorada e nos deixaram pagar por apenas 1 pessoa. Ali conhecemos Cristóvan, um rapaz que trabalhava no refúgio e já havia morado no Brasil. Ele ficou tão empolgado quando soube que éramos brasileiros que dividiu sua garrafa de uísque com a gente. E não foi nada mal: um uísque de 12 anos com gelo do glacial de alguns milhares de anos foi uma combinação perfeita!). Essa provavelmente foi a noite mais legal do passeio. Conseguimos ir dormir levemente bêbados.
Sétimo dia – Acampamento Grey – Acampamento Las Carretas
Acordamos tarde depois da noite de bebedeira e seguimos caminhando até Las Carretas, nosso último acampamento antes de ir embora.
O trecho até o acampamento Paine Grande é movimentado, porém depois dele, na parte considerada “extendida”, não circula quase ninguém. Seguimos por este caminho sozinhos em um dia lindo, que nos proporcionou nossas últimas fotos do belo parque que ia ficando para trás. Neste caminho, talvez pela pouca frequência de pessoas, coelhos e raposas correm soltos.
Chegamos ao acampamento Las Carretas por volta das 20h e não havia quase ninguém lá. Mais tarde chegaram dois franceses e um argentino, que também estavam indo embora.
Como era a despedida de todos, juntamos o que restou das nossas comidas (os franceses deram meia mortadela, o argentino uma lata de atum e meia garrafa de vinho, e nós o macarrão, um pouco de carne de soja e um pouco de sopa) e cozinhamos uma rica janta de despedida.
Fomos dormir em meio a paz que reinava neste acampamento.
Oitavo dia – volta a Puerto Natales
Acordamos, desmontamos nossas coisas e seguimos caminho até a portaria, onde pegaríamos o ônibus para ir embora (inicialmente iríamos de carona, mas um casal de franceses que conhecemos no camping nos deu de presente estas passagens, pois eles acabaram não usando). Esta caminhada foi tranquila, plana, por menos de 2h.
Pegamos o ônibus à 1h e chegamos em Puerto Natales por volta das 5h da tarde.
Campings
Aqui vai um resumo dos campings que passamos:
Camping Chileno: Banheiro porco e chuveiro ruim. Diz que tem água quente das 18 – 22h, mas fomos por volta das 19h e a água estava gelada. Possui um bom refeitório, mas que não suporta a quantidade de gente, principalmente no fim da tarde.
Camping Torres: Gratuito. Simples, sem ducha e com banheiro limpo. Ótima localização para quem for subir às Torres del Paine, principalmente se desejar ver o nascer do sol lá em cima.
Precisa de reserva.
Camping Francês: Passamos apenas para tomar banho aqui. Emr relação ao banheiro, é o melhor camping de todos. Duchas com água quente e forte. O único ruim é a fila para o banho, que pode demorar uns 30 minutos.
Camping Italiano: Gratuito. Simples, com banheiros bons (sem ducha) e boa área para acampar.
Camping Paine Grande: Ótimo refeitório (embora lotado no fim da tarde) e banheiro limpo. A ducha não tinha água quente no banheiro masculino.
Este camping é aberto e sem árvores, e por isso venta muito. Se o tempo não estiver bom e sua barraca não for boa, evite acampar aqui. Não é incomum encontrar gente passando a noite no banheiro porque ficou sem barraca.
Camping Grey: Simples, mas localizado em uma região muito bonita. O refeitório é pequeno, mas como o camping não enche muito, acaba não sendo muito concorrido.
As duchas tinham uma água que intercalava entre o quente e o frio o tempo todo.
Dicas:
- Se for fazer o W, comece pela esquerda: é mais fácil conseguir as reservas neste sentido, além das vistas serem mais bonitas.
- Se quiser ver animais, procure acordar cedo. Eles estão mais ativos antes das 7h da manhã.
- Os campings grátis não possuem chuveiro, mas é possível tomar banho de graça nos pagos mesmo que não esteja hospedado lá.
- Muita gente deixa latas de gás cheias e comida nos campings, devido ao peso ou porque já estão indo embora. Dê uma olhada: com isso, você pode conseguir ficar uns dias a mais no parque.
- Não há fogão em nenhum lugar, e é proibido fazer fogueira no parque. Leve um fogareiro portátil a gás para cozinhar.
- Quando for fazer pequenas trilhas, deixe as mochilas nos campings ou junto aos guarda-parques. Muita gente faz isso, e não ouvimos ninguém reclamar de ter sido roubado.
- Evite ir para lá com o tempo apertado. As condições climáticas nesta região são um pouco complicadas (nós tivemos que esperar 3 dias em Puerto Natales até o tempo melhorar). Muita gente vai com pressa e acaba não vendo as torres por conta da chuva ou do céu nublado.
- Se for comprar gás para levar, procure nessas lojas que vendem de tudo, e não nas lojas específicas de camping. Pagamos 2900 pesos em um latão de gás numa vende-tudo de um chinês. A mesma lata estava 4000 pesos nas lojas de camping.
- Se for pegar o ônibus de volta, procure entrar rápido. Em geral tem mais gente querendo voltar do que o ônibus suporta. Assim, se ficar se enrolando, pode ter que ir em pé no corredor (ou, na pior das hipóteses, esperar o próximo – que só passará em algumas horas).
- Se fizer apenas o W, reserve um tempo para esticar a caminhada até o glacial Grey. Vale a pena!
Para mais dicas sobre viagens, curtam nossa página no face:
www.facebook.com/mundosemfimoficial
Dicas para a sua viagem:- Não perca tempo! Garanta a reserva do seu hotel pelos melhores preços no Booking.com
- Prefere alugar uma casa? Então pegue aqui seu desconto de R$130 para a primeira hospedagem no AirBnb
- Quer ganhar um extra com suas fotos de viagem? Aprenda a vendê-las por aqui.
- Viaje sem sair de casa com os nossos livros!
Absurdamente detalhado a passagem de vocês… Até então, só tenho como deixar agradecimentos e boas vibes pro casal. Está sendo brilhante ler cada descrição que fizeram de cada local passado. 😀
Obrigado Fabio! E seguimos viajando, prometemos adicionar mais e mais contribuições! 🙂
amei tudo, continuem e boa sorte
Muito obrigado Sandra! 🙂
Fantástica a colaboração de vocês para o mundo dos viajantes! Parabéns pelo blog, nunca pensem em parar de postar! Abraços, boas experiências e sucesso!
Obrigado Valéria! Sim, prometemos seguir postando tudo o que formos tendo a oportunidade de conhecer! 😀
Primeiramente gostaria de parabenizar vocês! Excelente relato, o mais interessante que encontrei em minhas pesquisas para fazer o W agora em abril de 2016.
Uma das coisas que não queria fazer é reservar campings pagos antes da viajem, gostaria de a aproveitar os gratuitos e quando necessário utilizar um pago. Como foi para vocês essa questão? fizeram tudo lá e não tiveram nenhum problema com espaço ou restrição de quantidade de pessoas nos campings.
Abraço
Jefferson
Fala rapaz, muito obrigado! 🙂
Quanto a reserva de campings pagos, pode ir tranquilo porque eles tem lugar de sobra (ainda mais agora na baixa temporada). Se passar na agência, vão te orientar a reservar e pagar com antecedência, mas fazem isso somente para garantir que você vai pagar (muita gente acampa e não paga, porque eles são bem desorganizados).
Quando aos grátis, precisa reservar sim, mas pode fazer nesse esquema: chega num camping e reserva o próximo para o dia seguinte.
No mais, boa viagem, e se ficou alguma dúvida é só falar!
Um abraço!
Obrigado eu Renan por compartilhar generosamente suas experiências e conhecimento. Agora vou mais tranquilo sem medos por não ter feito reservas.
Parabéns pelo Mundo Sem Fim!
Abraço!
Valeu Jefferson!
Pode ir tranquilo que não tem erro não!
Abraço e boa viagem!!
Excelente relato, muito bem escrito e detalhado!
Estou querendo fazer o W no próximo verão, obrigado pela inspiração!
Muito obrigado Marcelo! Faça sim, não vai se arrepender. O parque é muito bonito. Se possível, aproveite para conhecer o Fitz Roy e o Glacial Perito Moreno na Argentina!
Abraço!
Ola Renan. Amei o relato, vai me ajudar bastante. Me tira uma duvida, irei sozinha no natal agora, sera q consigo esses campings gratuitos na HR por ir nessa data? Tem alguma firma de reservar eles com antecedência? 🙂
Olá Dani! Quando nós fomos não dava para reservar com antecedência não. Você tinha que chegar em um lugar e reservar para o seguinte.
Escutamos dizer que este ano iam mudar um pouco a política deles, e que teria que reservar tudo em Puerto Natales, nos escritórios do parque, mas não saberia dizer se é verdade ou se eram boatos!
Mas acredito que não vá ter problema nesta época não. Nós fomos na alta temporada e foi tranquilo! 🙂
Boa viagem para você!
Estou querendo ir para la em novembro!
Sabe dizer se eh uma boa epoca, obrigado
É uma boa época sim. Vai precisar de equipamento para o frio da noite (o clima é bem imprevisível), mas pode ir sem medo!
Muito bem detalhado. Obrigada casal!! Em dezembro estarei de férias por lá
Ficamos felizes que tenha gostado! 🙂
Temos certeza que vai aproveitar muito o parque, é um lugar sensacional!
Parabéns pela explicação da viagem de vocês, tiraram muitas dúvidas e com ótimas histórias!!!
Obrigado! 🙂
Sem dúvida o melhor conteúdo ja postado para mochileiros no mundo, meus parabéns.
Valeu Roberto! Abraço!