Mitad del Mundo, em Quito – Um tour pela linha do equador!

Talvez você já tenha cruzado a linha do equador, mas já conseguiu caminhar sobre ela? Se for para Quito, não perca o passeio pela metade do mundo. Além da clássica foto com um pé em cada hemisfério, ainda terá uma aula de ciências inesquecível!

Nós em frente ao monumento da Mitad del Mundo, Quito
Nós em frente ao monumento da Mitad del Mundo

Há 2 anos, quando estivemos visitando o Equador de férias, fomos até a clássica “Mitad del Mundo”, a praça supostamente cortada pela linha do equador. Naquela vez, não vimos muita graça no passeio.

Desta vez resolvemos voltar lá, mas em um tour guiado. E o passeio nos surpreendeu: visitamos lugares que não conhecíamos e aprendemos muita coisa nova. Aqui contamos tudo para vocês!

O que é a “Mitad del Mundo”?

A Mitad del Mundo (ou Metade do Mundo) é uma grande praça, localizada ao norte de Quito, onde há um monumento e uma linha traçada representando a latitude zero – ou seja, a linha do equador.

Além do monumento, há um pequeno museu de ciência, alguns restaurantes, um planetário e algumas salas mostrando um pouco do Equador e da França (país que executou os experimentos na região).

A praça "Mitad del Mundo" vista do mirador
A praça “Mitad del Mundo” vista do mirador

Uma coisa que poucos sabem, porém, é que a linha do equador não passa exatamente onde está o monumento, mas a alguns metros dali. Este foi o ponto encontrado por uns pesquisadores franceses, mas um GPS de precisão militar mostrou o erro. Se quiser ver a linha de verdade, é preciso seguir um pouco mais adiante e ir ao museu Inti Ñan. Lá, sim, todos os experimentos funcionarão.

E o que é o Museu Inti Ñan?

Este museu foi criado exatamente sobre a linha do equador verdadeira. Lá, além da seção dedicada à linha em si, também se conta um pouco da história do país e do cacau.

Em um dos pontos do passeio, vemos umas cabeças em miniatura. Isso fazia parte do costume de uma das tribos indígenas da Amazônia: eles cortavam a cabeça de uma pessoa, retiravam o osso do crânio, secavam a carne e a enchiam com pedra. Com isso, tinham um talismã de uma cabeça em miniatura (a cabeça encolhia depois de seca). Esse método era usado tanto com a cabeça dos inimigos quanto com a das pessoas da própria tribo. Se fosse dos inimigos, as cabeças serviriam como adorno de suas armas; no caso de familiares, como colares.

Miniatura de cabeça, ritual das tribos do Amazonas
Uma cabeça em miniatura, feita com o crânio de uma criança

O interessante é que esta tribo ainda existe. Hoje este tipo de ritual está proibido em humanos; para não perderem suas tradições, eles executam a redução de cabeça com animais.

Além destes, vemos uma típica casa indígena (construída por indígenas de verdade), um museu do cacau (foi aqui que, pela primeira vez na vida, experimentamos cacau na sua forma original) e, o mais interessante, os experimentos da linha equatorial. Estes experimentos consistem em:

  • Observar como a água descendo pelo ralo gira no sentido horário no hemisfério sul, no sentido anti-horário no norte e simplesmente não gira sobre a linha do equador;
  • Equilibrar um ovo sobre a cabeça de um prego na linha equatorial;
  • Testes de equilíbrio e força no centro do mundo.

Surpreendentemente, todos os experimentos funcionaram, e era impressionante a diferença do resultado caminhando uns poucos metros para um lado ou para o outro. Quem conseguisse equilibrar o ovo ainda ganhava um certificado de “mestre do ovo”!.

Ovo equilibrado sobre a cabeça de um prego na linha do equador
Ovo equilibrado sobre a cabeça de um prego

Ah, quando visitar este museu, traga seu passaporte: é possível carimbá-lo aqui! Nós esquecemos o nosso, então carimbamos um pedaço de papel como lembrança.

Quanto custa?

Nós fomos em tour com a Quito Tour Bus (quitotourbus.com). Este tour com eles custa 30 dólares, e já inclui todas as entradas, além de um guia bilingue (inglês e espanhol) e da visita a Pululahua, uma pequena cidade localizada dentro da cratera de um vulcão ativo.

Se quiser ir por conta própria, vai gastar:

  • US$ 7,50 de entrada à praça da Mitad del Mundo;
  • US$ 4 de entrada ao museu Inti Ñan. Esta entrada inclui um guia local;
  • Cerca de US$1,50 para ir e voltar de ônibus (vai pegar, pelo menos, duas conduções em cada sentido).
No museu Inti Ñan, a verdadeira "metade do mundo"
No museu Inti Ñan, a verdadeira “metade do mundo”

Em tour ou por conta própria?

Se você estiver viajando de férias e sem o orçamento tão apertado, recomendamos pegar o tour. Além das explicações do guia (que são fundamentais para conhecer melhor o Equador), você vai com comodidade e diretamente aos lugares que interessa.

O transporte público de Quito é eficiente, mas os ônibus costumam ser bem lotados (bem lotados mesmo!), e furtos em seu interior são comuns. Vale a pena gastar uma graninha a mais pela comodidade e segurança.

Mucuvinha na "Mitad del Mundo"
Mucuvinha na “Mitad del Mundo”

O tour

Começamos o passeio às 11h30min na Plaza Foch. Demos uma passada na Av. Naciones Unidas para pegar um outro grupo de turistas e já seguimos para a estrada. Passamos direto pela Mitad del Mundo, pelo museu Inti Ñan e paramos na reserva de Pululahua.

Pululahua

Este lugar é muito interessante, por se tratar da cratera de um vulcão ativo. O que aconteceu aqui foi que, há centenas de anos atrás, quando este vulcão erupcionou, em vez de cuspir lava ele acabou colapsando, e as paredes da cratera cobriram a lava.

Pululahua - a cratera de um vulcão ativo que abriga uma pequena cidade
Pululahua – a cratera de um vulcão ativo que abriga uma pequena cidade

O vulcão segue ativo, e na cratera hoje há uma pequena cidade, onde vivem pouco mais de 30 famílias. Uma característica deste povoado é a dificuldade de se obter água: por não haver rios ou lagos por perto, eles estendem grandes lonas para capturar a água da chuva.

Nossa próxima parada foi o Museu Inti Ñan.

Museu Inti Ñan

Ao chegar ao museu, nosso grupo foi dividido em dois: os que falam espanhol e os que falam inglês. Cada um recebeu um guia que falava seu idioma.

Nós seguimos o grupo em espanhol. Fizemos uma pequena parada na sala da Amazônia, onde aprendemos um pouco sobre a selva, inclusive a história da tribo que fazia o ritual da redução de cabeças.

Dali seguimos até uma pequena casa de palha, construída por indígenas da Amazônia, e aprendemos um pouco sobre seu estilo de vida.

Depois, vimos uma múmia de uma tribo local. Esta tribo tinha a característica de que, quando o cacique morria, toda a sua família era dopada e enterrada viva com ele. Pelo jeito não era bom negócio ser da família do Cacique…

Dentro de uma casa de palha construída por indígenas
Dentro de uma casa de palha construída por indígenas
Corpo mumificado no museu Inti Ñan
Corpo mumificado no museu Inti Ñan

E então chegamos à melhor parte do passeio: a linha do equador! Esta é a verdadeira (se tiver um gps, pode confirmar). Aqui há alguns relógios solares (infelizmente o céu estava nublado) e vários experimentos para se fazer.

Primeiramente, fizemos o teste da pia de água: colocamos ela sobre a linha e vimos que a água corria sem fazer redemoinho. Deslocando a pia 1 metro para o sul, o redemoinho já acontecia em sentido horário. Colocando a pia no hemisfério norte, o redemoinho ocorria no sentido anti-horário. Isso é resultado das forças exercidas por conta da rotação da Terra.

Fizemos também o teste de equilibrar um ovo sobre um prego (o Mucuvinha conseguiu e ganhou um certificado de Mestre do Ovo) e uns testes de força, que demonstravam que a pessoa ficava bem mais fraca (e sem equilíbrio) quando estava exatamente sobre a linha do equador. Bem interessante.

Ali ainda visitamos um museu do cacau, onde pudemos experimentá-lo em sua forma natural (o sabor nos lembrou um pouco manga) e aprender sobre o processo para transformá-lo em chocolate. Ainda visitamos uma pequena casinha típica dos andinos, feita de barro e com um criadeiro de cuys (os porquinhos da índia), que fazem parte da culinária da região.

Já havia visto um cacau? Nosso guia segura um!
Já havia visto um cacau? Nosso guia segura um!

Nosso próximo destino foi a famosa Mitad del Mundo.

Mitad del Mundo

Até antes da invenção do GPS, acreditáva-se que a linha do equador passava nesta região. Aqui há um grande monumento e uma linha traçada no chão, onde os cientistas franceses concluíram que era a metade do mundo.

Nosso guia nos levou até o mirante do monumento, explicou onde ficava cada coisa e nos deixou livre por duas horas para percorrermos o local como quiséssemos.

Visitamos um museu de ciências bem interessante, onde pudemos fazer alguns experimentos com eletromagnetismo. Bem divertido, principalmente para quem viaja com crianças.

Acendendo uma lâmpada com a mão!
Acendendo uma lâmpada com a mão!

Depois, tiramos as clássicas fotos com um pé em cada hemisfério (ok, já sabemos que a metade da Terra não é exatamente aqui, mas ainda assim é divertido) e visitamos algumas salas com exposições de fotos e instrumentos usados no cálculo das coordenadas.

Por fim, fomos ao planetário, onde vimos uma apresentação bem legal sobre o cosmos.

Voltamos para a van às 17h15min. Dali até Quito fomos fazendo uns joguinhos de perguntas e respostas para ganhar adesivos do Equador.

Chegamos a Quito por volta das 18h.

Michele na Mitad del Mundo
Michele na Mitad del Mundo

É isso pessoal! Curtiram o post? Não percam esse passeio quando visitarem o Equador! 🙂

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7 comentários sobre “Mitad del Mundo, em Quito – Um tour pela linha do equador!

    1. Obrigado! Esperamos conseguir incentivar vocês a mudarem um pouco o roteiro e darem um pulo aqui no Equador! 🙂

  1. td bem?!
    ouvi que acontece algo qdo se bebe umas biritas na metade do mundo, é verdade?! se acontece, o que seria?!
    1 abç!!!

    1. Fala rapaz!
      Poxa, não saberia te dizer se é verdade ou não! Quando voltarmos lá faremos o teste.
      Beber em Quito realmente deixa bêbado mais rápido que o normal e a ressaca vem mais forte, mas é por conta da altitude. Agora, se fizer isso em cima da linha do Equador, não sei se daria algo diferente!
      Abraço!

  2. Os relatos de vocês está perfeito. Os preços continuam os mesmos. Só o preço do táxi do aeroporto para o centro é que melhorou muito. Hoje é de 25 dólares.

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