14 golpes comuns a turistas para você se cuidar

Não importa se você é um turista abastado que se hospeda em hotéis 5 estrelas ou um mochileiro que divide um dormitório com 15 pessoas em um hostel: enquanto estiver viajando, será visto por muitos golpistas como um caixa eletrônico ambulante.
Reunimos aqui alguns golpes que presenciamos e outros de relatos que lemos na internet para te ajudar a se prevenir!

Amigo, te deram dinheiro falso! 

Truque muito comum em Buenos Aires (embora tenha diminuído muito devido à perda de valor do peso), geralmente com taxistas. Você pega um taxi, sua corrida deu 80 pesos e você paga com uma nota de 100. O taxista pega o seu dinheiro, faz uma cara de dó e devolve, dizendo:
“Amigo, onde você pegou este dinheiro? Alguém te enganou, ele é falso :(“.
Você fica sem graça, pede desculpas e entrega uma outra nota. Provavelmente você nunca vai desconfiar que o dinheiro que você entregou era verdadeiro, e o taxista simplesmente o substituiu por um falso antes de te devolver.

Como evitar: Muitas casas de câmbio costumam carimbar o dinheiro que vendem, justamente para evitar este tipo de coisa. Você pode fazer a mesma coisa, marcando suas notas de grande valor de alguma forma.

O lanche grátis

Aconteceu conosco em Cartagena, na Colômbia, mas é comum em qualquer praia. O truque é bem simples: você está na praia e aparece um vendedor (que geralmente adora o Brasil e vai dizer que o Pelé é melhor que o Maradona) oferecendo siri, ostra, caranguejo ou qualquer outra especiaria. Você vai gentilmente recusar, mas ele vai insistir: é grátis, só porque você é brasileiro, porque se fosse para europeu ele não ia oferecer, que aquela ostra é o viagra do Caribe e tudo mais. Ok, você pega a ostra, mal a enfia na boca e ele já está com outra aberta. “Bom, né? Aqui, pegue mais uma!”, e assim vai. Depois que você tiver comido a quinta e insistido para ele parar de oferecer, ele vai dizer:
“Ah, tá cheio já? Agora você virou uma máquina do sexo! Vai representar bem o Brasil por aqui! Então, são 40 reais/dólares/euros/pesos.”
“Ué, mas não era grátis?”
“Sim, fiz a primeira de graça, porque você é brasileiro! Viva o Brasil! Melhor futebol do mundo! Só precisa pagar as outras 4, que são 10 paus cada” (é óbvio que o valor vai ser absurdo, afinal você não perguntou o preço antes de comer).
Como você provavelmente não fala bem o idioma deles, vai achar que entendeu mal e pagar.

Como evitar: nunca se esqueça que o que é grátis geralmente custa caro. No nosso caso, como estávamos em um lugar bastante turístico e sabíamos que ele não poderia fazer nada, simplesmente dissemos que não íamos pagar nada e fomos embora. Porém vimos este mesmo golpe ser aplicado na ilha de Playa Blanca, próximo a Cartagena (contra uma colombiana inclusive), onde havia poucos turistas e nenhum policial. A menina estava sozinha, ficou com medo e acabou pagando.

E o taxímetro?

Muitos países, principalmente na América Latina e Ásia, os táxis não tem taxímetro. Nesse caso, sempre combine o valor antes de ir, e de preferência tenha o dinheiro trocado para pagar.
Uma vez, quando estávamos em Quito, Equador, aconteceu uma situação engraçada. Lá alguns táxis tem taxímetro e outros não. Quando pegávamos um sem taxímetro, combinávamos o valor antes. Uma vez, porém, entramos em um que tinha taxímetro, mas o motorista simplesmente desligou depois que o táxi começou a andar. Por sorte, no dia anterior tínhamos feito aquele mesmo trajeto, e já sabíamos que o valor seria em torno de 4 dólares.
Quando chegamos ao destino, antes que o taxista falasse o valor, já entreguei para ele uma nota de $5. Aí aconteceu a cena engraçada: eu fiquei olhando para ele esperando o troco e ele ficou me olhando esperando mais dinheiro. Depois de alguns segundos, agradeci e desci do taxi. Que fique com a gorjeta…
Recomendo ter o dinheiro trocado porque às vezes você combina o valor antes (vamos supor, 5 dólares). Aí chega ao destino, entrega uma nota de $20 e ele te devolve $10. Você pergunta: “mas não era 5?”, e ele te dá uma desculpa para ter cobrado mais caro (que você entendeu errado, que $5 era o valor sem a gorjeta, que ele achou que era em outro lugar… enfim, a criatividade é grande).

Deixa eu por na sacolinha! 

Muito comum na Europa. Vou contar como um amigo meu caiu neste truque em Portugal: apareceu alguém na rua vendendo um belo smartphone pela bagatela de 50 euros. O cara só estava vendendo porque precisava desesperadamente de dinheiro, mas tinha até a nota fiscal para provar que não era roubado. Aí você pega o celular, testa, vê que ele funciona perfeitamente e não perde aquela oportunidade. O vendedor agradece de coração, fala que os filhos vão poder comer esta noite graças a você, e tudo mais. Aí, ele diz: “deixa eu por na sacolinha junto com o carregador” (e geralmente a sacolinha é bonita, de pano, para você não recusar).
Bom, quando meu amigo abriu a sacolinha e percebeu que o celular havia magicamente se transformado em um sabonete, o vendedor já havia desaparecido.
Este truque também é muito comum com joias e relógios: o cara de mostra uma joia de ouro puro ou um rolex autêntico, mas enfia na sacola uma réplica vagabunda.

Como evitar: quando uma coisa parece boa demais para ser verdade, geralmente é. Se quiser realmente comprar algo que te ofereçam na rua, guarde no bolso o objeto que você viu antes de pagar por ele. “Deixa eu por na sacolinha!”. “Não precisa, obrigado!”. Ok, agora dê um jeito de sumir dali, porque vão tentar recuperar o objeto pedido a todo custo…

Preciso de uma calculadora

Comum no mundo todo, é aplicado geralmente por cambistas de rua, mas ocasionalmente pode acontecer quando você estiver bêbado esperando o troco do bar.
Você pergunta:
“Quanto está o câmbio para dólar?”
“4,367” (geralmente é um valor razoável).
“beleza, vou trocar $300”
“ok, vai dar 1310,10” (e ele te mostra na calculadora que está tudo certo)
Aí ele verifica o dinheiro e fala:
“cara, só tenho 1100. $250 ia dar 1091,75. Quer fazer 1100 por $250? Sim? Então pega aí os $50 e o 1100. Ah, peraí, achei uma nota de 500. Me devolte os $50 e esse 100 que eu te dou 1500, aí você me devolve mais 200, ou melhor, pega aqui 20 euros que valem 30 dólares e fazemos 1200. Já te dei 800 né? Você tem mais uma nota de $100? Aí te dou mais 200…”
Nesse ponto sua capacidade de calcular qualquer coisa já acabou, e você vai simplesmente obedecendo. No fim das contas, quando for embora, vai refazer os cálculos e se dar conta de que perdeu uns $30 na transação. Esse truque costuma funcionar ainda melhor em países em que a moeda é muito desvalorizada. Você se perde com tantos zeros e, na pior das hipóteses, você deveria ter recebido 200.000 e recebe só 20.000.

Como evitar: tenha atenção e desconfie se os cálculos ficarem muito complexos. Geralmente se deve evitar cambistas de rua, mas em alguns países isso pode ser inevitável.

Você precisa de calças

Comum em países da Ásia. Em frente a um templo sagrado, há pessoas vendendo calças (ou sapatos, ou camisas de manga comprida). Aí você lá cheio da cara de turista passa de bermuda e chinelo. Alguém te chama e diz: “Você vai entrar no templo? É proibido entrar lá de bermuda e chinelo”.
Como você não quer perder a viagem, aproveita os vendedores de rua e compra uma calça comprida e um par de tênis novos. Lá dentro do templo, percebe muitos turistas andando de bermuda tranquilamente.

Como evitar: Confirme a informação com algum funcionário do templo. Também é útil sempre carregar um par de tênis e uma calça comprida na mochila, caso eles sejam realmente obrigatórios.

O falso policial

Truque muito comum na África e em algumas regiões da Ásia. Alguém se aproxima de você trajando uniforme de polícia e diz que você está cometendo algum crime (por fumar, mascar chicletes, coçar o saco…). Este falso policial vai pedir seu passaporte e só irá devolvê-lo mediante o pagamento de multa ou propina.
Em países onde a corrupção é muito descarada, este golpe pode ser aplicado por policiais de verdade.

Como evitar: primeiro, antes de entrar em um país (principalmente aqueles com uma cultura muito diferente da nossa), procure conhecer as leis e as proibições da região. Também conheça os uniformes oficiais (geralmente os policiais falsos usam uniformes bem vagabundos). E, por último, evite ao máximo entregar o passaporte a alguém. Se um policial de verdade te abordar e você sentir que está sendo vítima de um golpe, diga que vai ligar para a sua embaixada e se informar do assunto. Em geral isso já é suficiente para que o cara desista e procure outra vítima.

E a bagagem sumiu

Muito comum principalmente em paraísos de compras e onde o trânsito é caótico, como em Ciudad del Este, no Paraguai. Você para um táxi e o taxista gentilmente abre o porta-malas para que você possa guardar suas malas e suas compras. Ao chegar no destino, descobre que tudo foi roubado no caminho. O taxista sente muito e talvez nem cobre pela corrida (afinal, a divisão dos seus bens vai ser um pagamento bem maior).

Como evitar: sempre que possível, leve suas bagagens dentro do táxi. Se precisar mesmo usar o porta-malas, confira se ele está realmente trancado e fique de olho sempre que o carro parar no trânsito ou em algum semáforo.

O anel no chão

Comum na Europa. Você está de bobeira na rua ou em alguma praça e alguém encontra um anel no chão (ou qualquer outra joia). A pessoa (geralmente aparentando ser alguém bem ignorante) vai te mostrar toda empolgada e dizer:
“Olha! Será que é de ouro? Será que eu consigo uns 50 euros nela?”
Aí você, espertão, oferece os 50 euros para o pobre coitado, já pensando na grana que vai lucrar quando for vender aquela joia. Só depois de algum tempo vai descobrir que pagou 50 euros em uma bijuteria que aquele pobre coitado pagou 5 antes de perdê-la.

Como evitar: dificilmente você vai conseguir tirar vantagem de alguém numa viagem. Se quiser comprar uma joia, procure uma loja especializada.

E o ônibus só vai até aqui

Em países muito pobres, principalmente na Ásia, motoristas de ônibus costumam receber uma caixinha dos taxistas quando conseguem clientes para eles. Então o truque é simples, e acontece principalmente nas linhas que levam a pontos turísticos ou ao aeroporto: o motorista para uns 2 km antes de chegar ao aeroporto (ou seja lá qual for o seu destino) e grita: “Aeroporto!”. Você desce e já tem meia dúzia de táxis te esperando. Eles te explicam que o aeroporto está um pouco longe, e se oferecem para levá-lo até lá “baratinho”.

Como evitar: procure se informar no hotel ou com as pessoas na rua se o ônibus vai até a frente do destino, e como fazer para identificá-lo. Se tiver um GPS, fique de olho nele.

O troco lento

Comum em qualquer lugar. Muitos vendedores costumam entregar o troco pausadamente ao turista. Você compra uma lembrancinha que custa 7 pesos e paga com uma nota de 20. O vendedor coloca 8 pesos no balcão e para, na esperança que você diga “Gracias!” e vá embora. Você espera, e ele coloca o restante do dinheiro (geralmente depois de fazer algum teatrinho, como enfiar a mão no bolso para encontrar o restante do dinheiro).

Como evitar: tenha atenção.

A bicicleta roubada

Comum em qualquer lugar, principalmente na Ásia e Oceania. Você aluga uma bicicleta e ela já vem com corrente e cadeado de brinde. Aí você vai até a praia, prende ela numa árvore e vai tranquilo tomar banho de mar. Quando volta, ela desapareceu.
Além de ter que voltar a pé de seja lá onde estiver, ainda tem que pagar o valor da bicicleta para a locadora.

Como evitar: acontece que o cara que te alugou a bicicleta tem uma cópia da chave do cadeado. Ele só tem que pedir para alguém ir lá, abrir o cadeado e trazer a bicicleta de volta. Para evitar este problema, leve o seu próprio cadeado caso tenha a intenção de alugar uma bicicleta.

“Cuidado com batedores de carteira!”

Comum na Europa. Em regiões muito movimentadas, batedores de carteira costumam colocar alertas dizendo “Cuidado com batedores de carteira!”. Se você tiver algo de valor nos bolsos, vai instintivamente conferir se não foi roubado. Pronto, você acabou de revelar em que bolso os seus itens de valor estão guardados. Agora os batedores de carteira só precisam esperar você se distrair novamente.

Como evitar: costume levar seu passaporte, dinheiro e cartões naquelas pochetes que se usa por dentro da calça. Apesar de já serem manjadas em casos de assalto, elas dificultam a vida dos batedores de carteira.

O hotel que não existe mais

Comum em todos os lugares. Você pede para um taxista te levar ao hotel X, mas ele, na maior boa vontade, explica que aquele hotel fechou, mas que conhece um outro tão bom quanto. Este outro é um pouco pior, um pouco mais caro e um pouco mais longe. E o taxista vai receber um pouco de comissão também.
Encontrei na net relatos de gente reclamando que estes hotéis às vezes copiam o nome dos hotéis mais famosos, e quando você chega lá acha que realmente está no hotel para o qual queria ir.

Como evitar: procure entrar em contato com o hotel logo antes de chegar na cidade. Confira o endereço e as fotos do local.
E aí, já foi vítima de algum desses golpes, ou conhece outros que não foram listados aqui? Comentem aí! 🙂

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6 comentários sobre “14 golpes comuns a turistas para você se cuidar

  1. Já passei por alguns desses. O primeiro na Venezuela, mas como tinhamos marcado todas as notas não caímos no golpe. O das ostras passamos na Bahia. A Bahia é um lugar belíssimo, mas só lá é possível listar uns 20 golpes :(.

    1. Realmente o nosso país está cada vez mais complicado, o que é uma pena! Em Fortaleza e no Rio também vivenciamos vários golpes parecidos, como o do “amendoim grátis”. Parece ser uma tendência mundial difícil de acabar… 🙁

  2. Já passei por alguns desses. O primeiro na Venezuela, mas como tinhamos marcado todas as notas não caímos no golpe. O das ostras passamos na Bahia. A Bahia é um lugar belíssimo, mas só lá é possível listar uns 20 golpes :(.

    1. Realmente o nosso país está cada vez mais complicado, o que é uma pena! Em Fortaleza e no Rio também vivenciamos vários golpes parecidos, como o do “amendoim grátis”. Parece ser uma tendência mundial difícil de acabar… 🙁

  3. Em vários lugares existe o golpe da pessoa vestida com algum traje típico da região/lugar/país que vem e se oferece para tirar alguma foto junto. Você aceita, claro, para ter alguma lembrança do local, da receptividade do povo, etc. O problema é que depois de tirar a foto a pessoa lhe diz que na verdade estava prestando um serviço e que a foto é paga (geralmente bem cara!!!). Passei por isso com uma baiana no Pelourinho em Salvador, mas existe o mesmo tipo de golpe em vários outros lugares.

    Comecei a ler o blog agora, desde as primeiras postagens, mas já venho acompanhando o canal no Youtube. Muito obrigado pelas informações e muito sucesso na viagem!

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